terça-feira, março 22, 2016

DIÁRIO DAS IMAGENS EM MOVIMENTO: “Confessions of a dangerous mind” de George Clooney (2002)

E se um apresentador bem sucedido da televisão norte-americana aproveitasse essa cobertura mediática e trabalhasse para a CIA? Numa altura em que o «Expresso» de Balsemão anda muito ocupado a revelar a atividade da espionagem russa logo após o 25 de abril cá em Portugal - seria decerto bem mais elucidativa a atividade de quem estava ao serviço dos homens de Langley! - faz sentido voltar a este que foi o primeiro filme realizado por George Clooney para confirmar a possibilidade de ser real o mais inverosímil.
Para “Confessions of a dangerous mind” o argumentista Charlie Kaufman recorreu ao livro homónimo de Chuck Barris, que fora um dos mais conhecidos apresentadores televisivos dos anos 70 e escrevera essa autobiografia para revelar como aproveitava as viagens suscitadas pelos seus concursos para espiar por conta da CIA.
À medida que vai cumprindo sucessivos contratos via crescer o prestígio como assassino. Mas, um dia, conhece Penny e a paixão assolapada fá-lo perder o controle sobre a sua vida dupla.
Chuck Barris foi um maníaco-depressivo que já se resguardara em misantrópica solidão, quando publicou esta história em que se revelava uma espécie de James Bond, mas mais não constituía do que uma espécie de psicoterapia capaz de, ao mesmo tempo, servir de sátira à sociedade do espetáculo.
Para esta primeira obra, o realizador contou com vários amigos em papéis secundários - Brad Pitt, Matt Damon -, que se juntam a Sam Rockwell, Julia Roberts, Drew Barrymore, Maggie Gyllenhaal, Rutger Hauer e ao próprio Clooney para compor um elenco mais do que prestigiado.

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