sábado, setembro 27, 2008

Gustavo Dudamel at the Proms - Arturo Márquez - Danzón Nº 2

na próxima 5ª feira lá estaremos a saudá-lo, quando dirigir a Orquestra Gulbenkian num programa com música de Mozart e de Strauss.
Mas o que verdadeiramente gostaríamos seria vê-lo cá a dirigir a sua Orquestra da Juventude Simon Bolívar. Como aqui se vê num dos temas mais conhecidos de Arturo Marquez...

NA MORTE DE PAUL NEWMAN

A morte de Paul Newman não é nenhuma surpresa. Sabia-se que o actor estava bastante doente, sendo uma questão de tempo este desiderato. Mas olhando para trás, para os filmes, que dele ficam, há a convicção de ter sido um dos maiores actores do século XX. Não só pela sua beleza, que o tornou um ícone para mulheres da sua geração, mas sobretudo pela inteligência de muitos desses papéis. Fosse como actor, fosse como realizador, Newman mostrou uma ideia de carreira, que jamais pactuou com a facilidade. Sobretudo, a partir de 1961, quando assumiu o papel do ingénuo Fast Eddie Felson, que iria descobrir da pior maneira as idiossincrasias de uma América decididamente apostada em deixar florescer um capitalismo sem escrúpulos, onde tudo se justifica.
A partir de então foram vários os seus títulos demonstrativos desse mesmo desencanto com um país necessitado de princípios. Desde o juiz Roy Bean até à vítima do jornalismo sensacionalista de Sally Field em «A Calúnia», rodado vinte anos depois, passando pelo regresso ao papel do filme de Rossen em 1986, então realizado por Scorcese, o actor sempre deu corpo a esse lado sombrio de um país, que sempre imaginou passível de ser melhor do que era.
Ficam agora os seus filmes para recordar uma personalidade muito respeitável numa indústria, que sempre contou com muitos mais crápulas do que com gente decente como ele sempre foi…

O MENINO DE OIRO DO PS

O livro que Eduarda Maio escreveu sobre José Sócrates dá uma ideia muito aprofundada sobre a personalidade do actual primeiro-ministro. Se característica lhe há a assinalar como dominante é a determinação em levar por diante os desafios a que se submete. Para tal estuda atentamente os dossiers e procura as opiniões de quem possa ajudá-lo a adquirir um juízo mais fundamentado dos temas sobre os quais se deverá pronunciar. Mesmo que esse entendimento revele uma das suas facetas mais criticadas: a soberba com que encara os disparates proferidos pelos seus adversários menos informados.
Esse denodo ainda mais o distingue da mediocridade deses que sempre procuraram denegri-lo, fosse no período pré-eleitoral em que houve quem pusesse em causa a sua orientação sexual, fosse depois, já como primeiro-ministro, quando a tentativa de humilhação passou por desvalorizar o seu currículo universitário.
É bem elucidativa a falta de qualidade dessa gente, que nada de construtivo propõe e só se parece realizar na difamação e na maledicência. Gente da estirpe de um aleivoso bloguista de Alcobaça deve roer-se de despeito por terem falhado, uma a uma, as estratégias conspirativas destinadas a derrubar aquele que, pelas suas qualidades, se prepara para marcar indelevelmente todo o futuro do país, dotando-os dos meios necessários para se adequar aos desafios da globalização e da sociedade do conhecimento.
Antes de o conhecer o projecto da jornalista era arriscado: afinal o visado pela sua biografia ainda está a cumprir o primeiro dos (esperamos…) muitos mandatos, que exequibilizarão a visão por ele assumida para esse porvir. Mas da leitura fica a certeza de ter sido aposta bem superada: esta obra ajuda a compreender melhor os caminhos por que se norteará a história dos portugueses nos próximos anos…

quarta-feira, setembro 24, 2008

A PROPÓSITO DO MAGALHÃES

Escandalosa a reacção de muita da oposição ao Governo ao criticar a distribuição dos computadores Magalhães à população escolar.

Aquilo que, à falta de argumentos, acusaram de eleitoralismo, não é mais do que uma das medidas mais estruturantes de toda a política de José Sócrates: daqui a uns anos teremos a generalidade da população trabalhadora a dominar os mais básicos conceitos informáticos de modo a adequar-se seriamente à futura sociedade do conhecimento.

O que quereria, afinal, Pacheco Pereira, quando vociferou contra a justíssima importância dedicada pelos órgãos de informação ao evento? Que tudo ficasse na mesma? Que a escola pública continuasse a seguir os métodos do antigamente, destinados a preparar gente incapaz de ir além do diminutivo?

Esta Oposição não está à altura do projecto visionário perseguido pelo líder do Governo. Vive permanentemente numa lógica de bota-abaixo em vez de se dedicar por pouco que seja a propostas alternativas, que provasse virem a ser mais viáveis num futuro previsível.

E é por isso que, apesar dos efeitos dramáticos da crise económica na qualidade de vida dos portugueses não se vislumbra no horizonte quem melhor poderá conduzir esta turbulenta nave pelos mares revoltos que, à proa, se anunciam.

 

domingo, setembro 14, 2008

A invenção da hélice

A ligação comercial entre Trieste e Veneza era, em inícios, do século XIX, uma das mais importantes de entre as que existiam no Mediterrâneo. Esse tráfego marítimo era controlado por um inglês, William Morgan, que, para o efeito, possuía um navio a vapor.
Não se tratava de uma ligação rápida: o sistema de roda então existente fazia com que grande parte do trabalho mecânico desenvolvido pelas máquinas se perdesse quando esse dispositivo ficava fora de água. Daí as muitas reclamações dos comerciantes das duas cidades cada vez mais interessados em desenvolver os seus negócios com maior rapidez.
É então, que entra em cena Josef Ressel, o paradigma do inventor incapaz de rentabilizar o seu notável engenho para as invenções.
Ressel era guarda florestal, depois de não ter conseguido acabar os seus estudos universitários em Viena devido à falta de recursos da família. Responsável pela selecção das árvores a abater e a logística da sua entrega em Veneza para alimentar os estaleiros da Marinha Imperial, ele irritava visivelmente os superiores com a sua mania para melhorar as ferramentas e utensílios de trabalho. O seu escasso tempo livre era dispendido em novas invenções.
Uma noite, durante uma festa, ele olha para um saco-rolhas e tem o golpe de génio de imaginar o que seria essa mesma forma adaptada a uma hélice capaz de garantir uma propulsão marítima mais eficaz.
Ele julga natural, que Morgan se interesse por tal inovação e procura-o em busca de financiamento das suas experiências. No entanto, o homem de negócios pressente quão arriscada fica a sua fonte de rendimento e nega tal colaboração.
É outro comerciante de Trieste, Fontana, quem lhe garante esse apoio, constituindo-se uma sociedade entre ambos.
Segue-se, porém, uma época terrível para o inventor: a mulher morre de tuberculose, deixando-lhe a responsabilidade quanto á educação de três filhos menores. Um destes também não tarda em morrer. E, na sequência de intrigas de Morgan, sai um decreto imperial a proibi-lo terminantemente a prosseguir a sua actividade.
Deslocando-se à corte de Viena, Ressel consegue demover o primeiro-ministro de manter essa proibição embora tenha de respeitar uma condição, que se revelará desastrosa: em vez de recorrer a máquinas a vapor inglesas - as mais fiáveis de então - Ressel terá de recorrer às que forem construídas localmente, na fábrica de um barão austríaco.
Ele vive também a ilusão de expandir o seu negócio para França, mas os negociantes franceses, que o contactam só se interessam por lhe roubar a patente e construir hélices sem lha garantirem qualquer compensação. Em Paris, Ressel quase cai na indigência, sem se mostrar capaz de pagar o hotel ou de arranjar bilhete de regresso a Trieste.
Quando cheg à sua cidade, Fontana está com vontade de se retirar da sociedade. É in extremis, que Ressel consegue garantir o financiamento para uma experiência a bordo de um pequeno navio para o qual são convidadas as autoridades mais representativas da cidade.
Ocorre, porém, o desastre: a máquina a vapor gripa e, embora nos escasso minutos em que pudera mostrar o seu desempenho a hélice garantira uma excelente velocidade, Ressel sai desacreditado e definitivamente abandonado por Fontana.
Cai, então, em definitiva desgraça: transferido para região afastada e insalubre, o que ganha mal dá para o sustento de uma família mais numerosa: da sua segunda mulher já gerara mais sete filhos.
Ainda assim não desiste do seu afã de inventar novos dispositivos: além de ferramentas e alfaias agrícolas mais eficazes é dele o invento de um tipo de rolamento de esferas.
Em 1843 muda de emprego, comprometendo-se com a Marinha de Guerra, mas as suas sugestões mais audazes (exemplo disso é a substituição da madeira por ferro na quilha de um navio) são completamente desprezadas.
Ressel acaba por morrer em Liubliana em 1857 e só depois viu valorizado o seu labor.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Max Raabe - Klonen kann sich lohnen

Houve um tempo em que o mundo se parecia encaminhar para uma certa forma de Utopia. Os terrores da I Guerra tinham sido tão terríveis, que se acreditavam irrepetíveis.
Os anos 20 viram então refulgir o cabaré berlinense com grandes compositores e autores de canções maravilhosas. Karl Valentin ou Kurt Weill eram os nomes mais representativos de uma forma de espectáculo, que era irónico, crítico, alegre e despretensioso.
Hoje em dia o cantor Max Räabe assume-se como o herdeiro dessa tradição interpretando espectáculos divertidos em que a inocência dessa época única é recriada.
Terá sido uma época tão alegre quanto efémera, já que os nazis não tardariam a extingui-la. Mas Max Räabe ajuda-nos a prolongar um pouco mais o prazer desse espírito de uma cidade culta, ironicamente transformada durante uma dúzia de anos na capital da abjecção e do crime.

INGO MAURER: ESCULPIR A LUZ

A luz pode ser esculpida, eis o ensinamento que o designer Ingo Maurer nos transmite a partir de Nova Iorque. Mais do que as suas originalíssimas luminárias, são as suas instalações de luz, que espantam pelo que possuem de encantatórias, de únicas. Atento a tudo quanto vislumbra à sua volta, o artista alemão há décadas radicado em Nova Iorque, vai concebendo peças em série, mais preocupado em dar força ao seu fluxo criador do que em rarear a sua produção para as valorizar junto de potenciais coleccionadores.

Uma descoberta muito gratificante dos últimos dias por ser demonstrativa de como não existem limites ao livre curso da imaginação.

 

domingo, setembro 07, 2008

MANIPULAÇÕES MEDIÁTICAS

Acredito que um dos piores serviços, que as televisões e as rádios têm dado à democracia é abrirem os seus altifalantes à liberdade de expressão dos seus espectadores ou ouvintes. Porque quem tem tempo para se colocar na posição de opinador nesses espaços são os reformados e os desempregados, que se colocam na posição de vítimas de uma sociedade injusta, capaz de os empurrar para a inactividade entediada a troco de magras pensões ou subsídios. E são esses estratos sociais os apoiantes de formas lineares de fascismo expressas em repúdio dos políticos, em apelos à pena de morte contra os criminosos ou à expulsão dos imigrantes.

Não faltam nesses fóruns quem enuncie saudades de um passado idílico em que havia «ordem e sossego», forma eufemista de glosar a admiração pelo ditador de Santa Comba que, para nosso indignado descontentamento, ainda continua a ser herói virtuoso para muita gente.

Que os jornalistas aceitem esse tipo de concepções como raiz ideológica da sua versão da realidade, eis o paradoxo do que têm sido os títulos de caixa alta nos telejornais das últimas semanas. Às tantas até o mais defendido dos espectadores contra esse tipo de manipulação mediática acaba por se interrogar se, efectivamente, e de um momento para o outro, o país virou terra sem lei.

É evidente que não é assim: muitas dessas notícias apenas mereceriam nota de rodapé em jornais sensacionalistas, mas nestas últimas semanas deram ensejo a umas quantas pessoas saírem momentaneamente do seu anonimato para viverem os seus quinze ou vinte segundos de glória: precisamente aqueles em que se tornam protagonistas de uma ocasional entrevista em horário nobre das televisões…

Gogol Bordello - Supertheory of Supereverything

Os Gogol Bordello alcançaram o estatuto de uma banda de culto com um som de mistura das influências do punk e das músicas ciganas.
Há algo de Kusturica nesta banda, que já entusiasmou Madonna ao ponto de já terem sido convidados para os concertos dela.

sábado, setembro 06, 2008

Os cisnes negros de Manuel Maria Carrilho

Os artigos de Manuel Maria Carrilho no «Diário de Notícias» continuam a ser bastante estimulantes não só por reflectirem os acontecimentos do nosso tempo, mas também por o fazer de uma forma bastante acessível para o leitor comum sem transigir com o rigor do que pretende dizer.

Desta feita, sob o título «Cisnes Negros», ele aborda um livro recentemente publicado em Portugal por Nassim Nicholas Taleb, para demonstrar como tinha razão aquele conhecido futebolista, que dizia só se justificarem prognósticos no final de cada jogo. E assim é, de facto: a História nada tem de determinista pelo que os seus sobressaltos resultam de eventos quase inimagináveis pouco antes de acontecerem. Ora porque resultam de conjunturas completamente alteradas por um momento determinante de tudo o que se seguirá (uma inundação, um terramoto, um atentado, etc.), ora porque estando criadas as condições para a mudança, quem por ela ficará posto em causa entra previamente em estado de negação.

Quanto me recordo daquele comandante de um dos navios aonde andei como tripulante, que negava qualquer possibilidade de estar próximo o fim do apartheid, quando já se começavam a organizar concertos globais para o questionar!

O fascínio da realidade é esse: podemos utilizar os nossos conhecimentos da História e das idiossincrasias dos povos para lançar algumas pistas quanto à forma como evoluirão determinados regimes, mas teria o Muro de Berlim caído se à liderança da União Soviética não tivesse ascendido um político muito mais tíbio do que se julgaria (Gorbatchev)? Mas, no sentido contrário, quando percorri a América Latina então dominada por regimes militares fascistas, não poderia imaginar na possibilidade de, passados vinte anos, quase todo o subcontinente ter virado claramente à esquerda.

Mas é a tal história de só se terem conhecido os cisnes negros, quando se os descobriram na Austrália. Até então ninguém apostaria que essas aves tivessem outra cor, que não o branco… 

quinta-feira, setembro 04, 2008

SOPHIA MELLO BREYNER: «CONTOS EXEMPLARES»

Pode-se imaginar o desencanto de Sophia, quando escreveu os seus «Contos Exemplares». O tempo era de ditadura e a Igreja, ao seu mais alto nível, parecia rendida por inteiro às práticas muito pouco cristãs de quem, então, mandava.
Como aguentaria a autora essa religiosidade cristã, de que jamais abdicaria?
A resposta estará, porventura, aqui, através destes exemplos que prefiguram outras tantas parábolas relacionadas com a realidade de então.
No país aonde os ricos preservam os seus bens e o seu poder sem dar azo à melhoria das condições de vida dos mais miseráveis, a Igreja tem de optar entre a fidelidade aos seus princípios ou o pacto com Donos de Casa, com Homens Importantes e com Príncipes deste Mundo.
É que o Portugal de então é um país de mendigos e de tuberculosos, aonde a palavra divina peca pela sua excessiva surdina.
Nos escritos de Sophia não sobra testemunho de quem arriscava lutar na clandestinidade e tombava muitas vezes nos diversos tarrafais do regime.
Oriunda de uma classe privilegiada, embora atenta às injustiças, ela não se apercebia dos voluntariosos esforços de quantos se deixavam de resignações e se tornavam revoltados.
De qualquer forma, além de muito bem escritos, estes Contos reflectem o estado de alma de uma classe desencontrada com os desafios da História.

terça-feira, setembro 02, 2008

Quilapayún - El pueblo unido jamás será vencido

Continuando a recordar a grande música chilena da época de Salvador Allende - quando estão quase a passar 35 anos sobre o golpe de Pinochet - aqui fica o clássico «O Povo Unido Jamais Será Vencido».

Opiniões a ter em conta

Está quase a sair mais uma edição da revista «Visão», mas só agora a pude ler e dela retirar opiniões interessantes de dois dos seus entrevistados.
Um deles é o guru do ambiente Nicholas Stern, que se desloca a Lisboa para participar numa conferência sobre o tema.
Algo catastrofista ele alerta os governos europeus para os riscos de inacção perante os perigos, que se avizinham. Num resumo bastante sucinto dessas opiniões, diz o artigo: «a falta de acção perante as alterações climáticas pode custar à economia mundial até 20% do Produto Interno Bruto global. Pelo contrário, tomar medidas imediatas para atacar o problema custaria cerca de 1% do PIB mundial. O Mediterrâneo será a região do globo mais afectada, sobretudo Portugal, Espanha e Itália. E 200 milhões de pessoas poderão ter necessidade de vira a refugiar-se no Norte da Europa!».
A outra entrevista com interesse é com Rosa Mota. A propósito da recente participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim, ela mostra-se desassombrada na forma como denuncia a tremenda campanha mediática, que procurou denegrir a organização e a própria República Popular da China.
Este diagnóstico de completa rendição ao perfeccionismo da organização serve de carapuça para os defensores do chefe politico feudal conhecido por Dalai Lama e para quantos se preocupam demais com os Direitos Humanos dos chineses e se esquecem dos respeitantes à população mais empobrecida do Ocidente. Vejamos, então, as opiniões objectivas da ex-maratonista portuguesa sobre o entusiasmo dos chineses por este evento: «Percebeu-se que estes Jogos eram da cidade de Pequim, mas que foram aceites por todo o povo. Essa foi uma lição que a China deu ao mundo: um país tem de estar unido no mesmo objectivo para organizar um acontecimento destes.»
E sobre a campanha suja contra os Jogos, diz a ex-atleta: «Houve uma campanha contra estes Jogos, em que se usou e abusou dos fantasmas da poluição e do calor. E muita gente embarcou nela sem o mínimo conhecimento. (…) As pessoas que embarcaram nessa campanha deviam agora pedir desculpa».

segunda-feira, setembro 01, 2008

Victor Jara - El derecho de vivir en paz - Full Version

Estão quase a passar-se trinta e cinco anos sobre o assassinato de Victor Jara.
Sobre a autoria desse crime procuram agora os familiares do cantor e a Justiça chilena apurar a identidade. Mas consigam ou não dar resposta a essa interrogação, garantindo o consequente castigo, há algo que a História já definiu: a perenidade da memória de Jara, celebrado na sua arte e no seu comportamento político, em contraponto com o opóbrio vinculado aos seus anónimos torturadores.
Na inquieta cobardia em que se procuram esconder decerto viverão no despeito de verem crismado com o nome do assassinado o Estádio em que terão decidido executá-lo. E até provavelmente se sentirão injustiçados pelo rumo dos acontecimentos, já que após o recuo momentâneo suscitado pelo golpe de 11 de Setembro, o Chile volta a avançar pelas tais avenidas referidas por Salvador Allende no seu último discurso e que prometem conduzir a futuros mais radiosos para o seu povo...