Em 1983, Mosco Boucault assinou um documentário muito interessante sobre a guerrilha urbana empreendida pelos judeus e comunistas na Paris ocupada pelos nazis.
Em «Terroristas na Reforma» surge o testemunho de muitos desses antigos “terroristas”, alguns deles estrangeiros vindos da Polónia, da Roménia, da Hungria e da Arménia nos anos 30 para escaparem às perseguições políticas e raciais.
Muitos deles eram alfaiates e estofadores, que integraram desde a primeira hora a guerrilha urbana lançada pelo Partido Comunista Francês em 1941 logo que a Alemanha invadiu a URSS em agosto de 1941. Mais do que os militantes franceses eram eles quem tinham experiência de trabalho clandestino e por isso foram determinantes no bem sucedido lançamento da Resistência.
Entre março de 1942 e novembro de 1943 atacaram à bomba dezenas de hotéis utilizados pelas tropas nazis, incendiaram quinze escritórios de recrutamento, destruíram 125 camiões militares e abateram 11 traidores. Em agosto atentaram contra a vida do comandante chefe nazi em Paris, von Schaumburg e executaram Julius Ritter, que organizava o envio de franceses para o Serviço de Trabalho Obrigatório na Alemanha.
Em outubro de 1943 acontece a reviravolta: um dos líderes da Resistência é apanhado e logo são presos e executados a maioria dos militantes. Seriam deles os rostos dos infames «affiches rouges» espalhados pelos nazis nas paredes das principais avenidas parisienses.
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