Num mundo onde a aparência das mulheres está a ser continuamente vistoriada e criticada, como é que as raparigas demasiado altas vivem com o seu corpo?
A realizadora deste documentário pôs-se esta questão, quando foi mãe e a filha aparecia notoriamente como a mais alta de entre todas as suas colegas.
Será que iria viver o mesmo estigma por ela sentido na adolescência e na juventude? E, no entanto, as revistas de moda e a publicidade até tendem a considerar a sua elegância como ideal. Mas, na realidade, ao ultrapassarem um metro e oitenta de altura, raramente esse tamanho constitui uma vantagem para uma mulher. Torna-se-lhe difícil assumir o próprio corpo, quando se desvia tão significativamente da norma, sobretudo na puberdade, quando parece atrair todos os olhares alheios.
Os preconceitos sobre a feminilidade - que a incutem a ser discreta e disciplinada - passam por um grande desafio: no imaginário coletivo, as mulheres muito altas parecem representar uma ameaça implícita para a virilidade masculina, sendo fácil fetichizá-las no papel de dominadoras.
O documentário dá voz a essas jovens: as que foram encorajadas a jogar basquetebol ou concorrerem para manequins ou as que, pelo contrário, procuram retardar o crescimento através de tratamentos médicos.
Em todos os casos, o peso das representações está omnipresente: difícil considerar a aparência física como não importando!
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