quarta-feira, dezembro 17, 2014

ALHURES: as cores de Marrocos (2)

O verde de Marrocos lembra imediatamente a floresta de cedros de Ifrane. Situada a sul de Fez e a 1200 metros de altitude, é lá que vive uma espécie de macacos, quase sem cauda, capaz de suportar muito bem o frio e de fácil interação com os turistas por se terem habituado a deles receberem amendoins. O problema é que os cedros vão sendo abatidos para satisfazer a intensa procura interna dessa madeira e o habitat dos animais fica cada vez mais exíguo.
Infelizmente, a menos que seja travada a redução acelerada da cobertura florestal, terão o mesmo destino de outros animais selvagens - leões, hienas, lobos, raposas -, que ali habitaram e nunca mais apareceram, seja assustados pelo  ruído causado pela atividade da indústria madeireira, seja pela dificuldade em arranjarem alimento.
Há também os palmeirais do vale de Drâa onde boa parte da população vive da colheita e venda de tâmaras. A água é aí um bem precioso e os homens das aldeias participam ativamente em tarefas comunitárias destinadas a garantir a mais eficiente irrigação. Algo que corresponde a uma tradição centenária.
O verde, cor do islão, é também uma das principais utilizadas na gigantesca mesquita Hassan II, que é o edifício religioso mais alto do mundo e fica em Casablanca. Para além dos objetivos religiosos - as orações com os homens prostrados no seu átrio central e as mulheres na mezzanine, por trás de uma parede rendilhada - constitui uma impressionante obra de arte visitável enquanto tal nos intervalos entre as horas dedicadas às preces. A riqueza dos seus mármores e madeiras, a par da minúcia da decoração dos tetos e colunas é capaz de deixar boquiabertos uns quantos basbaques...
- texto decorrente da apreciação da série de cinco documentários «Les Couleurs du Maroc» de Matthieu Belghiti, Jean Froment, Fanny Tondre et Jean-Bernard Andro 


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