terça-feira, dezembro 30, 2014

DOCUMENTÁRIO: «O Ventre, o nosso segundo cérebro» de Cécile Denjean (2013)

Que sabemos nós do nosso ventre, esse órgão recheado de neurónios, que os investigadores começaram a investigar há pouco tempo?
Segundo este filme, extremamente interessante, o nosso cérebro não é o único dono das nossas ações.
Alguns anos atrás os cientistas descobriram um segundo cérebro dentro de nós. De facto o ventre contém duzentos milhões de neurónios, que comandam a digestão e trocam informações com a “cabeça”. Só há pouco tempo se começou a decifrar essa conversa secreta. Compreendeu-se, por exemplo, que o nosso cérebro entérico, o do ventre, produz 95% da serotonina, um neurotransmissor que participa na gestão das emoções.
Esses neurónios no ventre equivalem, em número,  aos do córtex de um gato ou de um cão e permitem que, enquanto fazemos a digestão - comandada por este segundo cérebro - podemos realizar outras atividades apoiadas no seu “colega” da cabeça.
Por isso mesmo podemos concluir que a existência dos dois cérebros teve uma influência determinante na evolução da espécie.
Sabíamos que o sistema digestivo é condicionado pelo estado psíquico em que nos encontramos. Descobriu-se agora o inverso: o nosso segundo cérebro age sobre as nossas emoções.
Algumas descobertas abrem imensas esperanças terapêuticas. Doenças neurodegenerativas, como a de Parkinson, podem ter origem no ventre, já que são acompanhadas de distúrbios graves a nível do sistema digestivo. Ora, quando os tremores acontecem é demasiado tarde, porque 70% dos neurónios já estão destruídos. Ora, se ela tiver origem no ventre, a sua despistagem em fase mais precoce poderá  corresponder a um salto qualitativo na resolução desta doença.
Causa ainda maior espanto o facto desse segundo cérebro abrigar uma enorme colónia de cem biliões de bactérias cuja atividade influencia a personalidade e as escolhas que fazemos. Tímidos ou ousados, a resposta pode estar nelas.
Os genes que recebemos dos progenitores são em número inferior ao dos destas bactérias. Isto corresponde a uma autêntica revolução científica, porque começa-se a compreender a interação entre os genes recebidos dos pais e os das bactérias.
Este documentário, com entrevistas e infografias muito esclarecedoras aborda as pesquisas mais recentes feitas neste segundo cérebro. 

Sem comentários: