Os telescópios atuais têm um tamanho e um alcance notáveis, que nos permitem ir muito longe no cosmos para aí procurar a solução para muitos dos seus mistérios. Eles permitir-nos-ão revelar do que é feito o universo, como nasceu e como evolui. Permitem-nos recuar no tempo até ao seu momento inicial e visualizar as imensas nuvens onde nasceram tantas estrelas e planetas.
Cada vez que um telescópio foca um ponto diferente do Universo conseguimos avançar um pouco mais na sua compreensão, por muito que sejamos surpreendidos com novas descobertas e surpresas. Porque passámos a poder testemunhar prodigiosas explosões estelares, colisões entre galáxias ou a violência dos buracos negros.
A revolução tecnológica criou telescópios gigantescos, capazes de irem superando os limites do Espaço.
Mas onde começou essa corrida imparável para a descoberta dos segredos do Universo e até onde nos levará? Iremos então conhecer a extraordinária história de um instrumento descoberto há 400 anos e que não cessa de nos impressionar, pondo em causa as nossas mais cristalizadas convicções.
O grande telescópio binocular do Monte Graham, no Arizona, é um dos mais poderosos de quantos existem na Terra. Custou de cerca de 120 milhões de dólares e tem lentes capazes de distinguir objetos com uma luminosidade tão fraca, que são totalmente impercetíveis a olho nu. Alcança os 13 mil milhões de anos-luz nas fronteiras mais distantes do universo.
Este tipo de supertelescópios conseguem imagens sobre os cantos mais sombrios onde nuvens de poeira movimentam-se a velocidades supersónicas, iluminadas por milhares de jovens estrelas muito brilhantes.
Subitamente morre uma estrela numa explosão brilhante. Os gases sobreaquecidos difundem-se no espaço a várias centenas de quilómetros por segundo.
Em longínquas galáxias conseguem-se fotografar poderosos jatos de energia, que se escapam de um dos mais misteriosos objetos cosmológicos: um buraco negro com uma massa elevadíssima.
Este tipo de telescópios revolucionaram a forma como vemos a nossa própria espécie com as imagens fascinantes, que vão captando na sua contínua observação do Espaço noite após noite.
Nos últimos quatrocentos anos o telescópio conheceu sucessivas melhorias tecnológicas até alcançarem a perfeição atual. Mas como nasceu tal instrumento?
Tudo começou com um homem e dois pedaços de vidro. Foi em Pádua, na Itália, no verão de 1609, que um professor de matemática chamado Galileu analisou com curiosidade um pequeno utensílio acabado de inventar e destinado a ver ao longe. Ele provinha de uma cidadezinha holandesa onde se tinha descoberto que se se pusessem duas lentes a uma pequena distância uma da outra conseguia-se um efeito surpreendente de ampliação dos objetos mais afastados. Tinha nascido a luneta, que se apresentava como a antecessora do telescópio.
Galileu percebeu de imediato o potencial dessa invenção, que começa a aperfeiçoar até conseguir uma ampliação de oito vezes em relação ao que um humano conseguia ver. Uma das utilizações práticas que perspetivou foi a sua aplicação militar: grande seria a vantagem para o exército, que conseguisse ver o inimigo antes de por ele ser visto.
Os militares venezianos compram tal objeto e servem-se dele para espiarem os seus inimigos.
Depois Galileu decidiu virar a sua luneta para o céu em vez de a manter virada para terra. E começou assim uma revolução.
Sem comentários:
Enviar um comentário