Em 1781, em Bath (Inglaterra), um músico e astrónomo amador chamado William Herschel alimentava a ambição de construir um refletor maior do que o de Newton para conseguir ver mais longe no Universo do que alguém conseguira até então.
Embora clarinetista e compositor de profissão, a verdadeira paixão de Herschel é mesmo o céu para onde não se cansa de olhar. Constrói então telescópios de maiores dimensões, já que compreende que quanto maior a abertura para captar a luz das estrelas, mais longe no espaço conseguirá ver.
Mas, nessa época a construção de grandes espelhos côncavos era tarefa difícil já que ainda estavam por inventar os que seriam feitos em vidro. Os então existentes ainda eram em metal.
Na sua cave, Herschel molda um metal a que chama speculum, uma mistura de estanho fundido e de cobre, que depois transforma em discos espelhados.
Trata-se apenas da primeira fase, porque seguir-se-ia o arrefecimento desses discos e o laborioso polimento manual para que ficassem lisos e côncavos.
O seu telescópio transforma-se num equipamento excecional, produto da habilidade não só intelectual, mas também artesanal, do seu construtor.
Ajudado pela irmã, que anota todas as indicações das suas observações, e se transformará também ela numa excelente astrónoma, Herschel descobre a 13 de março um fenómeno a que nunca assistira: uma “estrela”, que se deslocava no sentido inverso das outras estrelas. Tratava-se, na realidade do até então desconhecido planeta Úrano e, tal qual Saturno, também rodeado de anéis.
Situado a dois milhões de quilómetros do Sol, o dobro do que separa este de Saturno, Úrano é sessenta e três vezes maior do que a Terra. E torna-se no planeta mais distante dos então conhecidos.
Numa noite, Herschel duplicou o tamanho do sistema solar. Inicia-se, desde então, uma corrida desenfreada pela descoberta de novos planetas, que ainda hoje prossegue.
Em Mauna Kea no Hawaii, a 4200 metros de altitude, um dos mais potentes telescópios terrestres com uma lente de dez metros de diâmetro, é só um dos que está comprometido nessa corrida. A atenção vira-se para os milhões de estrelas, que brilham no céu, tentando-se descobrir planetas, que rodem em torno delas.
Uma das últimas grandes descobertas desses exoplanetas data de 1995. Porque descobriu-se o primeiro deles em rotação de uma outra estrela, o que confirmava a teoria de existirem mesmo e não estarem confinados ao nosso sistema solar. Desde então têm-se descoberto muitos outros, mas todos eles gigantescos e gasosos, do tipo do nosso Júpiter. Os nossos atuais telescópios ainda não conseguiram descobrir outros planetas com condições semelhantes ao nosso e onde possam existir formas de vida.
Ansiamos por saber se há outros planetas habitáveis com água no estado líquido e uma atmosfera respirável. Esse é o grande objetivo dos astrónomos dos nossos dias.
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