quarta-feira, fevereiro 28, 2018

(DIM) «A Sinfonia de Leninegrado» de Carsten Gutschmidt e Christian Frey (2017)


Em Setembro de 1941 o exército alemão chegou às portas de Leninegrado. A Wehrmacht cercou a cidade, mas não arriscou o assalto final: Hitler pretendia matar á fome os seus habitantes. Durante oitocentos e setenta dias a situação não se alterou suscitando a morte de um milhão de civis.
No meio de tão dolorosa provação o Partido Comunista incumbe um maestro de dirigir a Orquestra local na apresentação da obra que Dimitri Chostakovitch está a compor: a Sinfonia nº 7.
Esse espetáculo simbolizaria, doravante, a vitória da cultura russa contra a barbárie nazi, mas a dificuldade imediata que se colocara a Carl Eliasberg era o facto de só contar com dezasseis sobreviventes dos vários naipes para concretizar o desejo de Estaline.
É sobre essa estória dentro da História da Segunda Guerra Mundial, que os realizadores criam um documentário com múltiplos pontos de vista, que lhe conferem a devida veracidade. Historiadores e sobreviventes do cerco lembram o que as imagens de arquivos pressupõem, intercaladas por sequências ficcionadas, que ilustram as vicissitudes conhecidas nesses dias pelo próprio Chostakovitch, pelo maestro e por Olga, uma das sobreviventes e autora de um dos mais impressivos testemunhos do filme. E a perspetiva do campo adversário, a do sargento alemão Wolfgang Buff, é dada pelo irmão.
A apresentação da «Sinfonia de Leninegrado» seria uma operação muito bem sucedida de propaganda, que contribuiria para a viragem que a relação de forças entre ocupantes e ocupados se infletisse definitivamente.



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