terça-feira, fevereiro 20, 2018

(DIM) «Coelho Mau» de Carlos Conceição (2017)


As referências à obra do Carlos Conceição não são inéditas neste blogue, porque, quer «Versailles», quer «Boa Noite Cinderela» foram aqui motivo de elogios. Numa dessas alturas considerei que, de entre os muitos realizadores de curtas-metragens em atividade em Portugal, Conceição era, e continua a ser, o que se sente mais capacitado para o salto até às longas-metragens. Porque as suas estórias têm o ritmo e a complexidade de poderem ser exploradas de outra forma que não na vintena ou trintena de minutos a que se têm cingido até agora.
Datado do ano passado, «Coelho Mau» mostra-nos dois irmãos em que ele procura que os últimos tempos de vida dela, aparentemente em estado terminal, sejam o mais compensadores possíveis. O que implica devolver-lhe o espaço da casa da árvore onde, em tempos, tinham brincado, e usufruir da sexualidade por interposta mediação do amante francês da mãe de ambos.
A exemplo dos citados filmes, já aqui abordados, existe a sugestão de sexualidade a contracorrente dos cânones estabelecidos. E esse é um dos aspetos que, a par de um cuidado cenográfico e de uma direção de atores irrepreensível, constitui já imagem de marca do realizador.

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