Uma rapariguinha com as mãos avermelhadas, como se tivesse acabado de sair de um filme de terror: eis o retrato sombrio, incómodo, deveras inquietante que a pintora Marlene Dumas fez da própria filha.
Os quadros e desenhos desta figura de proa da arte contemporânea constituem um desafio para o espectador, que se se sente facilmente provocado.
Os retratos de vivos e de mortos, de adultos e de crianças, de negros e de brancos, ilustram a predileção de Marlene Dumas pelos contrastes e pelos clichés. O corpo humano está sempre presente bem como as relações de força e de hierarquia.
Nascida em 1953 na África do Sul, Marlene Dumas passou a infância e a adolescência na Cidade do Cabo. Depois de estudos de psicologia, veio para a Europa, mais concretamente para a Holanda, para frequentar um curso de Arte.
O Museu Stedelijk de Amesterdão está a consagrar-lhe atualmente uma grande retrospetiva intitulada «The Image as Burden» onde está bem presente o seu esforço para encontrar beleza no que, á partida, não o é.
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