Kent Nagano é um dos mais conceituados maestros do nosso tempo. E o que o distingue frequentemente dos seus colegas mais conhecidos é o seu perfil discreto e pensativo. Ele assume uma aversão à agitação frenética de alguns dos seus parceiros. Até por sempre ter recusado o suposto elitismo da música clássica, como se ela se dirigisse prioritariamente a um punhado de eleitos.
Ele é o músico que adora refletir sobre o sentido e o papel da música clássica na nossa contemporaneidade.
Americano de ascendência japonesa, ele estudou sociologia e cedo se questionou nas estratégias aconselháveis para atrair o grande público para as salas de concertos de música clássica, sem porém prescindir da sua dimensão misteriosa. Tais reflexões foram agora traduzidas num livro com o título de «Esperar o Inesperado!». E em que o leva a concluir na exequibilidade de utilização da música enquanto contributo para solucionar a crise identitária por que passam as nossas sociedades ocidentais.
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