quarta-feira, novembro 22, 2017

(DL) Dickens como testemunha da Revolução Industrial

Charles Dickens viveu na época em que Londres vivia a azáfama da Revolução Industrial. Quando ali chegou, em 1822, através dos barcos, que navegavam pelo Tamisa, ele era muito pobre, situação logo agravada com a prisão do pai acusado de falência. Aos 12 anos já estava a trabalhar nas condições terríveis então padecidas pelos operários das fábricas. Mas também sentia um crescente fascínio pela metrópole onde, dentro do mais imperscrutável nevoeiro dos fumos poluentes, continuavam a brilhar as luzes dos candeeiros.
A cidade ainda melhor dele será conhecida, quando a percorre como jornalista político, encontrando todo o tipo de personagens, sórdidos uns, miseráveis outros, que integrarão as obras literárias mais famosas: «Oliver Twist» ou «David Copperfield».
A rainha, que em todos manda, é Vitória, que chega ao trono em 1837 e aí se manterá nos sessenta e quatro anos seguintes. Será um período de uma enorme transformação da cidade e da própria Inglaterra: constroem-se numerosas gares ferroviárias, donde partem linhas para todas as principais cidades da ilha, permitindo que delas, mas sobretudo dos seus campos, venham os muitos milhões que, só no espaço de duas gerações, farão Londres passar de um para sete milhões de habitantes.
Se queremos conhecer como tais mudanças se produziram, o escritor é uma das mais conceituadas e credíveis testemunhas. 

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