Edwin Hubble foi o autor dos cálculos do fenómeno da expansão do Universo, que levaria George Gamow a formular, em 1946, a teoria do Big Bang.
Desde então os cientistas andam à procura da explicação, que justifica esse contínuo distanciamento entre as galáxias. E viram-se forçados a regressar à contante cosmológica de Einstein, o valor que ele se viu obrigado a utilizar nas suas equações para que elas correspondessem ao universo estacionário que, na época, se julgava existir.
Mesmo se ninguém chega verdadeiramente a saber o que é a Energia Negra, o conceito suscita uma possibilidade perturbadora: Einstein imaginava a existência de uma anti gravidade constante, mas a que faz movimentar-se a energia negra será constante ou alterar-se-á ao longo do tempo?
A resposta pode vir a revolucionar tudo o que sabemos sobre o futuro do Cosmos. Por agora todas as moléculas que possamos imaginar, desde as que constituem os nossos corpos até às que fazem parte da Lua, mantém-se unidas por forças que são absolutamente contrárias às que parecem constituir a Energia Negra. E é por isso que não vemos as coisas dilatarem-se na nossa vida quotidiana. Mas essa situação pode não vir a durar para sempre.
Segundo uma tese recente a Energia Negra continuará a fazer com que as galáxias se vão expandindo e a afastarem-se umas das outras até que o Universo fique frio, negro e desolado.
Segundo outra teoria a força da Energia Negra poderia ir aumentando com o tempo e tornar-se tão imensa, que destruiria tudo quanto se encontra no interior das galáxias, desde as estrelas aos planetas, incluindo a matéria em todas as suas formas conhecidas. Até mesmo os átomos seriam pulverizados…
A nossa conceção do Espaço tem conhecido, pois, uma enorme evolução. Na época de Newton o espaço não era senão algo que continha tudo o resto sem em nada intervir. Com Einstein passou a influir na deslocação dos objetos. Com Kasimir, os objetos passaram a ser pressionados pela atividade desenvolvida no espaço vazio. Hoje, com as ideias de Higgs e da Energia Negra, o Universo poderia ser uma criação do espaço vazio.
Ninguém terá pensado o quanto o Espaço poderia vir a ter tanta importância na explicação da natureza da realidade. Mas a perspetiva newtoniana do Espaço não está completamente posta de lado. Pode-se dar o caso de não sermos propriamente aquilo que julgamos ser no nosso mundo tridimensional. Quem sabe se não seremos a projeção de outro Eu que existe num mundo bidimensional? Como se, na realidade, não fossemos senão uma espécie de hologramas!
Será que esta teoria parece demasiado excêntrica? Talvez, mas ela fundamenta-se na própria realidade dos «buracos negros», mesmo que seja de difícil compreensão!
Os dados neles colhidos tendem a demonstrar que a realidade é bidimensional. Que o mundo tridimensional é uma espécie de holograma situado na periferia do Espaço.
As equações em causa levam a supor que se fizéssemos entrar uma carteira num buraco negro ela passaria a existir simultaneamente sob duas formas: na tridimensionalidade perdida para sempre no seu interior e numa cópia bidimensional, que ficaria na superfície exterior. Em teoria poderíamos voltar a reconstituir a carteira a partir das informações guardadas em registo bidimensional!
Sem nos darmos disso conta poderemos não passar de projeções tridimensionais de uma enorme superfície que nos rodeia e onde estão guardadas todos os dados sobre toda a matéria existente, desde as estrelas até nós próprios. A realidade não passaria assim de uma mera ilusão!
A teoria é tão excêntrica, que os físicos ainda andam a conjeturá-la em todas as suas consequências.
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