Está quase aí a chegar «Rosewater», o filme que Jon Stewart rodou sobre as circunstâncias em que esteve preso no Irão o jornalista da «Newsweek» Maziar Bahari e agora acabou de se estrear nas salas norte-americanas.
No ano passado, quando o «Daily Show» andou a ser (muito bem) apresentado pelo inglês John Oliver, questionei-me que motivo tão determinante levara o habitual titular do programa a enfiar-se umas quantas semanas na Jordânia para aí rodar o filme. Afinal havia uma questão pessoal, que estimulava Stewart: Bahari foi preso e acusado de espião pelo regime dos ayatollahs muito por causa do que dissera numa sua prévia passagem pelo programa, sem que o interrogador iraniano tivesse percebido tratar-se de um programa satírico.
Mas o filme, protagonizado por Gael Garcia Bernal, também lembra as esperanças de liberdade de toda uma geração de jovens, sempre dispostos a irem para as ruas de Teerão a empunhar as bandeiras verdes e ganharem o direito a viverem de acordo com as suas aspirações. E há também o vilão representado por Kim Bodnia, o ator da série dinamarquesa «A Ponte», sem verdadeiramente perceber que, visto de fora, é muito mais do que um mero funcionário público, escrupuloso com os seus gastos e com o que possa agradar aos seus superiores hierárquicos.
Trata-se, pois, de um filme que assumirá uma certa universalidade já que a detenção de José Sócrates tem demonstrado nos últimos dias, que não é muito difícil cair-se na alçada de um poder autoritário, capaz de acusar sem fundamento e de manter as suas vítimas seriamente coartadas dos seus direitos mais fundamentais. Mesmo em supostas democracias!
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