quinta-feira, junho 08, 2017

(AV) As fotografias de Oliver Curtis

Um nome em ascensão no panorama internacional das artes plásticas é o do fotógrafo Michael Curtis, cujas obras andam a ser comercializadas pela famosa galeria Saatchi.
O seu projeto consiste em captar pessoas de costas viradas para monumentos ou locais emblemáticos, daqueles que suscitam a atenção obrigatória de quem os visita. A ideia é, pois, a de desconstruir a relação do espectador com o espaço visualizado.
O portfolio, que o consubstancia chama-se «Volte-Face» e esteve em exposição na Royal Geographic Society de Londres no ano transato. Aí podiam-se ver pessoas com o olhar direcionado exatamente no sentido contrário ao que todos os demais estão a ver. Por exemplo tomemos a imagem colhida junto à Gioconda no Louvre, em que a rapariga de rabo-de-cavalo está virada para o quadro da parede oposta à da célebre obra de Leonardo da Vinci. Embora confesse levar entre três e quatro horas a congeminar cada imagem,  Curtis coloca-se no cenário a utilizar e imaginamo-lo a rastrear todas as fotografias ali captáveis
Curtis estudou em Bristol e tem-se dedicado a documentários e anúncios para clientes tão relevantes como o foram a Coca Cola, a Sony, a Conde Naste ou o Financial Times. Agora está a preparar outro projeto intitulado «Conversação de Londres» em que explora a cidade numa perspetiva abstrata, captando o quotidiano através de um conjunto de texturas e de impressões.
Em recente entrevista ele confessa que o interesse pela fotografia surgiu-lhe muito cedo quando, ainda criança, lhe ofereceram uma máquina Box Brownie, que focava imagens invertidas no visor pelo qual espreitava o motivo a captar. Foi assim que descobriu a distância entre o que se fotografa e a realidade. Algo que continua a fundamentar-lhe a obra...

Sem comentários: