quinta-feira, julho 26, 2018

(DIM) «Star Wars: Episódio VIII - Os Últimos Jedi» de Rian Johnson (2017)


Se aquando da estreia do primeiro filme da série «Guerra das Estrelas» senti genuíno entusiasmo com uma história assumida por George Lucas, seu realizador, como tendo propósitos político-ideológicos bem discerníveis no enredo, os títulos seguintes foram-me deixando crescentemente indiferente.
Só agora dediquei algum tempo para ver o mais recente dessa saga, intitulado «O Regresso de Jedi». Confesso que, se as expetativas não eram elevadas - apesar de ter o interesse de Carrie Fisher e Mark Hamill retomarem os seus personagens - o que vi não mas fez dilatar.
É claro que os efeitos especiais são excelentes, a caracterização dos extraterrestres convincente e as maquetes passam bem por máquinas verdadeiras. Mas a infantilização dos espectadores, que se sentam nos cinemas a mastigarem pipocas e sem vontade de verem estimuladas as celulazinhas cinzentas, justifica passar-se grande parte da (excessivamente) longa metragem a acompanhar combates cujo resultado final sabemos de antemão qual será. Ao chegarmos ao genérico final é inevitável a sensação de se ter tratado de prato requentado digerido com algum tédio e destinado a ver-se imediatamente esquecido.
Com boa vontade poderemos sempre resgatar a temática anti-imperialista, que Lucas enunciara como importante na génese da história original, e a dialética íntima do mauzão de serviço, Kylo Ren, dividido entre o seu lado sombrio e o que os genes originais lhe tenderiam a impor. Mas toda essa sequência entre o ser-se monstruoso numa parte do filme, cair-se em si e ganhar asas de anjo, para, logo a seguir, voltar aos maus instintos iniciais, acaba por ser demasiado desconcertante para lhe conferirmos a mínima verosimilhança.
Como de costume tudo acaba em bem, os vilões são castigados e os bonzinhos premiados ou não tivessem os argumentistas feito sobressair o maniqueísmo primário, que já estava imbuída na matriz original.

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