sábado, julho 29, 2017

(DIM) Uma guerra vitoriosa nunca deixa de ser posta em causa

Os direitos adquiridos nunca conseguem ter a garantia de se verem duradouramente respeitados. É o que se pode concluir da proibição de acesso ao exército norte-americano a quem se enquadra na classificação de «transgénero». A decisão de Trump soa a teste quanto á possibilidade de retomar as vencidas teses do casamento só fazer sentido para um homem e uma mulher, porque, independentemente, dos afetos, o sentido da vida limitar-se-ia à procriação da espécie.
Espera-se assim intensa reação porque, começando por uma ponta, Trump e seus apoiantes pretenderão pôr em causa tudo o resto no que diz respeito a direitos dos cidadãos, desde os da comunidade LGBT a todos os demais, incluindo o do aborto ou os que, em tempos, foram crismados de «cívicos».
Que a luta pelos direitos dos homossexuais foi dura e prolongada, atesta-o uma elucidativa série da ABC: «When we rise». Baseado nos testemunhos diretos de quatro ativos militantes da causa, evocam-se vários momentos de uma luta, que ganhou maior expressão a partir dos anos 60 em São Francisco, e se desenvolveu com muitas batalhas perdidas, mas umas quantas outras, bem mais determinantes, a significarem importantes avanços civilizacionais.
Gus van Sant realizou os primeiros episódios e nunca esteve afastado da concretização dos seguintes, caucionando-lhes o carácter didático, que é o seu valor mais relevante. Porque importa não esquecer as execráveis estratégias dos que tentaram tudo para privar do direito à felicidade aqueles que a entendem de forma distinta da imposta pelos cânones das igrejas e dos seus apoiantes conservadores. 

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