quinta-feira, julho 20, 2017

(AV) Ecos feministas na arte norte-americana do século XX

«The Dinner Party» é uma obra incontornável da arte norte-americana dos anos 70 por ser uma das mais representativas da afirmação do movimento feminista num universo até então quase exclusivamente tido como coutada dos homens. Judith Chicago, pseudónimo de Judith Cohen, tinha então trinta e seis anos, quando apresentou a famosa instalação num estúdio de Santa Mónica. Na mesa triangular com 13 x 11 metros de comprimento criou o ambiente de uma mesa posta para receber convidados, recorrendo a peças de cerâmica, a bordados e a pinturas. No fundo recursos criativos de que as mulheres sempre se serviram no contínuo labor de serem anfitriãs ou matriarcas apostadas em conseguiram o melhor dos bem-estares para ás respetivas famílias.
O ambiente doméstico pretendia ilustrar essa presença pouco valorizada das mulheres nas artes e impunha a necessidade de alterar tal realidade. A própria execução da instalação durante cinco anos constituiu uma obra de arte em si mesma, porque refletiu os debates, as contradições e as conclusões de um verdadeiro work in progress.
Hoje com 78 anos, a artista é reconhecida como a pioneira da afirmação feminina nas artes, até por nunca ter abdicado d as preocupações já expressas na peça de 1975, quer nas obras de pintura, de desenho, de performances ao vivo, de pirotecnia ou de gravura.


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