quinta-feira, março 22, 2018

(DL) «Sombras em Innsmouth» de Howard Phillips Lovecraft


Robert Olmstead, narrador desta história, interessa-se por civilizações antigas e decide comemorar a chegada à maioridade com uma viagem pela Nova Inglaterra, aonde crê encontrar algo mais sobre as suas origens familiares.
Na estação de Newburyport procura transporte para chegar a Arkham, mas descobre uma alternativa ao comboio na forma de um autocarro, que o poderá levar até à misteriosa e lúgubre aldeia de Innsmouth. É uma opção vantajosa para a magra bolsa, embora o alertem para os habitantes que ali irá encontrar, muitos deles com algum nível de deformação.
A visita ao museu de Newburyport ainda mais lhe atiça a curiosidade por aquela aldeia costeira ao descobrir joias criadas com um metal desconhecido e formas esquisitas. No dia seguinte apanha o autocarro conduzido pelo inquietante Joe Sargeant.
Ao sair em Innsmouth surpreende-o o omnipresente cheiro a peixe. No passado a atividade piscatória fizera dela uma terra relevante na economia da região, mas a guerra civil condenara-a. Nas deambulações pelas escassas ruas o narrador alimenta sentimentos contraditórios entre o fascínio pela arquitetura bem conservada do século anterior e uma inexplicável aversão pelo ambiente em que se via imerso. Nomeadamente o aspeto de batráquio, que se ajustava a todos com quem se cruzava. Ademais o catolicismo fora substituído por um culto pagão, o do culto esotérico de Dagon.
Convencido quanto a algo de maléfico ali a manifestar-se, Olmstead investiga, sobretudo junto do jovem merceeiro, que faz figura de exceção quanto à origem e aspeto. E também através do velho Zadok Allen a quem basta dar-lhe uma garrafa de vinho para que ele lhe conte como tudo o que de estranho ali se passava tivera início: um antigo capitão, Obed Marsh, iniciar ao culto a Dagon, depois de ter chegado da Polinésia por volta de 1800. O rochedo do Diabo, ao largo da aldeia, abrigaria os seres das profundezas, monstros híbridos que se reproduziam com os habitantes da aldeia em troca de joias e de peixes.
Olmstead tenta encontrar solução para escapar de Innsmouth ainda desconhecedor da estranha revelação que o espera a propósito das suas próprias origens.
Falecido em 1937, Lovecrat foi um bem sucedido autor de histórias de horror e fantásticas, que hoje é tido como um dos mais influentes escritores do século XX.

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