quarta-feira, março 28, 2018

(DIM) «Indochina» de Régis Wargnier (1992)


Na Indochina dos anos 30 verificava-se o fim de uma época colonial com a progressiva vontade dos povos asiáticos em tomarem conta dos seus destinos. Eliane Devries (Catherine Deneuve) dirigia uma grande plantação de borracha, rivalizando a atenção que lhe dedicava com a dirigida à filha adotiva, Camille, de origens aristocráticas, e por quem se responsabilizara quando ficara órfã.

A chegada de Jean Baptiste, jovem militar, irá perturbar as duas mulheres, com Eliane a esforçar-se por conseguir a transferência dele para longe de Camille. Em vão, porque ela segue-lhe as pisadas, ao mesmo tempo amando-o e atraindo-o para a causa nacionalista do seu povo.
No início do filme a personagem interpretada por Deneuve afirma nunca ter abandonado a Indochina, apesar de nela já não subsistir a ilusão de paz então erradamente percecionada. Segue-se um fresco histórico, que se prolonga por um quarto de século e assente na dualidade entre a mãe, que simboliza a França colonial, e a filha adotiva, que representa a Indochina desejosa de libertação. Pelo meio denunciam-se as crueldades do decadente poder colonial, que tiveram por contraponto a ascensão dos movimentos comunistas locais. Para além das interpretações irrepreensíveis, sobram as imagens belíssimas de uma região para onde Wargnier se mudou durante o tempo necessário para concretizar este projeto.

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