quinta-feira, setembro 26, 2019

Apontamentos nas margens das notícias : A verdadeira prova da vida extraterrestre?


Stephen Hawking recordava o triste destino dos ameríndios, que tinham sido dizimados em poucas décadas, quando os colonos iniciaram a sua «conquista» da América. Perante os possíveis extraterrestres exortava os terráqueos ao silêncio sob pena de se verem atingidos por um projétil chegado à Terra à velocidade da luz e contendo um vírus mortal, uma nanotecnologia letal desconhecida ou outra qualquer forma de apocalítica destruição. Por isso criticava os que, sem passarem cavaco aos contemporâneos, começaram a enviar sinais de rádio para o espaço sideral a partir de 1974, quando se tomou a primeira iniciativa nesse sentido na antena de Arecibo em Porto Rico.
Que se continue à escuta de indícios dessa presença alienígena, poucos o contestam, sobretudo as oriundas dos mais de quatro mil exoplanetas detetados desde 1995, alguns dos quais suficientemente dimensionados e distanciados da sua estrela para poderem conter água em estado líquido. Mas que o envio de tais sinais se multiplique de acordo com o entusiasmo de tantas equipas de cientistas cujo objetivo é verem-se reconhecidos como os tais, que terão entrado em comunicação com outros seres do universo, constitui assunto que vai alimentando polémica entre os seus defensores e os detratores.
Os que porfiam em enviarem essas provas de vida terrestre para as profundezas do espaço apresentam um argumento, que parece ser difícil de contestar: nas últimas décadas já produzimos tantas emissões radiofónicas, televisivas ou de comunicações, recebidas e refletidas pelos satélites em torno do planeta, que os correspondentes fluxos de ondas eletromagnéticas poderão facilmente alcançar outras civilizações que, se tecnologicamente mais avançadas, poderão conhecer-nos sem grandes dificuldades. Valer-lhes-á possivelmente a mesma sageza que levava Calvin a confidenciar ao Hobbes a razão porque nunca connosco teriam contactado até então: porque são, de facto, bastante mais inteligentes.

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