domingo, setembro 03, 2017

(DL) Quando a Língua Portuguesa assume merecido protagonismo

Há quem afiance que todas as estórias já estão contadas sendo praticamente impossível ao mais imaginativo dos escritores encontrar uma ideia original para servir de suporte ao seu imaginário. Estamos forçados a repetir-nos, a copiar-nos, a plagiarmo-nos, mesmo sem o sabermos. E, no entanto, de vez em quando surgem-nos diante dos olhos algumas propostas, que pensamos no quanto estão bem concebidas, diferenciando-se de tudo quanto até ali conhecêramos.
Um desses casos mais recentes é «A Língua de Fora», o livro que o brasileiro Juva Batella publicou em Portugal no passado mês de junho e sujeito a uma escassa divulgação junto dos seus potenciais leitores.
Em primeiro lugar quem mais ganharia com o seu conhecimento seriam os alunos do Ensino Secundário a contas com as atávicas dificuldades na Língua Portuguesa. Mas, para além desse grupo etário, qualquer adulto encontra mais do que motivos de interesse para ler rapidamente o livro, que começa com a linda Língua Portuguesa encerrada numa torre à espera de um noivo mítico, o Idioma. Quem a tenta assediar e conquistar é o Tom Coloquial, jovem revolucionário apostado em sabotar a ditadura do Verbo.
Graças a muito humor e a citações habilmente doseadas, temos um romance movimentado com a Língua Portuguesa como personagem principal e muitas outras, retiradas da Gramática a fazerem figura de secundários ou figurantes.
Juva Batella, que viveu em Portugal durante uns anos e é hoje um dos criativos da Tv Globo é autor de uma das mais surpreendentes propostas literárias do ano!

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