Com Einstein nem o tempo, nem o espaço são rígidos e absolutos. Com o movimento, ambos fusionam para se tornarem numa unidade designada como espaço–tempo.
Na nossa vida quotidiana ainda vivemos com a perceção newtoniana do espaço e do tempo. É isso que nos indicam os sentidos. Mas Einstein conseguiu ver mais além e reside aí o seu génio.
Há quem considere essa definição do espaço-tempo como o conceito mais excitante da História das Ciências. Porque permitiu resolver um dos maiores mistérios do cosmos: o da existência da gravidade.
Newton sabia que a gravidade era uma força que atraía os objetos entre si. E a sua lei definia o valor dessa força com uma precisão notável. Mas, para além desses cálculos, como é que ela funciona? Como é que a Terra atrai a Lua apesar de as separarem muitos milhões de quilómetros de espaço vazio?
E, no entanto, os dois astros parecem ligados por uma espécie de corda invisível.
Einstein compreendeu que os trabalhos de Newton não permitiam encontrar resposta para essas questões. E demorou dez anos a refletir até desembocar a uma conclusão surpreendente: a resolução desse mistério passava, inevitavelmente, pela conceção do espaço-tempo. Este ainda conseguia mostrar-se mais flexível do que imaginara, podendo esticar-se ou torcer-se como se fosse um tecido.
Estávamos perante uma rutura total com tudo quanto Newton concluíra. Porque ele conjetura uma deformação do espaço-tempo por efeito dos objetos, que nele se encontram.
A Lua não permanece na órbita da Terra por ser para ela atraída por uma força misteriosa, mas porque se desloca numa curvatura criada pela aquela no tecido do espaço-tempo.
Para Einstein o espaço não só ganha substância como até flexível. Além de contra com propriedades específicas, ele conta com uma curvatura de geometria variável.
Einstein cria assim uma nova realidade, que se enquadra em todo o Universo. Enquanto para Newton o espaço era passivo, para Einstein temo-lo como dinâmico. Está intimamente relacionado com o tempo e indica como é que os objetos se deslocam.
O espaço passou a ser visto como um ator com grande destaque no teatro cósmico. Uma espécie de tecido dinâmico, ativo e flexível, Mas tratar-se-á de uma metáfora ou representa, de facto, o que é o espaço? Poderíamos esclarecê-lo através de uma viagem a um buraco negro.
Os buracos negros são o que resultou de estrelas, que morreram, objetos de enorme massa reduzidos a uma parcela minúscula do seu tamanho original. Nas suas proximidades a gravidade atinge tal valor, que o espaço poderia ser torcido para o seu interior como se se tratasse de um trapo.
Ora, como o buraco negro mais próximo fica a milhões de quilómetros da Terra é difícil comprovar a teoria de Einstein com uma experiência prática.
No entanto, no fim dos anos 50, um cientista chamado Leonard Schiff recorreu a um giroscópio para detetar essa curvatura do espaço. O projeto Grivity Prob B só dará respostas concretas daqui a algumas dezenas de anos. De facto, só em 2004 é que começou a enviar respostas concretas, confirmando com as suas medições algumas das constatações, que já estavam ponderadas como hipóteses...
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