Na origem deste projeto esteve o próprio Régis Wargnier, que comungava com o canal franco-alemão ARTE a vontade em abordar o universos dos campos de refugiados com a ajuda de outros cineastas.
Conhecido do grande público pelos seus grandes frescos históricos - «Indochina» (Oscar do melhor filme estrangeiro) e «Une femme française» - o cineasta já tinha currículo no documentário com o filme «Coeurs d’athlétes», co-realizado com Patrick Montel em 2003.
Dez anos depois ele esteve no campo de Beldangi, no Nepal, para acompanhar o percurso da família de Dhan, que integra a mulher Wangchuk e as filhas Shreejana e Sandhiya, e se preparavam para exilar-se nos Estados Unidos.
Implicitamente o filme condena o regime butanês (sim, o tal que ainda há pouco tempo era tão admirado pela introdução do indicador sobre a felicidade dos povos, como se a ele atribuísse importância substantiva!) por ter ostracizado as populações de origem nepalesa, que se tinham instalado há gerações no seu território para trabalharem na agricultura e cujo crescimento demográfico o assustou ao ponto de os atacar violentamente. Mas também revela o excelente trabalho de António Guterres à frente da organização da ONU encarregada de arranjar soluções para estas populações expulsas do seu habitat original.
Muito embora não garantam empregos fixos para Dhan e para Wangchuk à chegada a Rochester - aonde eles já contavam com familiares dispostos a apoiá-los - as condições facultadas para que possam realizar o seu sonho americano é digno dos maiores elogios...
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