sexta-feira, setembro 12, 2014

GEOGRAFIAS: O Ol' man River - entre Mark Twain e o blues

De entre os maiores rios do mundo terei navegado ou aportado na maioria deles. Amazonas, Orenoco, Nilo, Danúbio ou Iansequião são exemplos de grandes vias fluviais de que guardo imagens gratas desse passado de nomadismo marítimo, que me caracteriza indelevelmente o currículo.
Faltou-me, porém, o Mississípi. E essa é falha grave para quem, desde a adolescência, tanto apreciou os romances de Mark Twain, ou, já mais tarde, se rendeu às excelências do blues e do jazz mais tradicional.
Este documentário, dividido em duas partes de cinquenta minutos, é bastante interessante sobre a história, a cultura e os valores relacionados com o rio, que nasce no Lago Itasca no Minnesota e simboliza, melhor do que nenhum outro, a própria América.
Com a sua extensão por 3800 quilómetros ele é o terceiro mais longo de todo o planeta. E os pântanos e afluentes que o compõem possuem uma das faunas e floras mais exuberantes conhecidas por quem fez do seu estudo a sua especialização.
As etapas da sua exploração permitem definir alguns dos marcos mais significativos da história americana: a sua descoberta, em 1541, pelo espanhol Hernando de Soto; a grande expedição ao longo do rio Missouri - o seu maior afluente! - quando, no século XIX o presidente Thomas Jefferson comprou a Louisiana aos franceses; e o desenvolvimento das grandes aglomerações urbanas situadas nas margens do rio como Nova Orleães, Saint Louis ou Memphis.
Porque, se o “Ol’ Man River” é, hoje em dia, uma imensa via fluvial industrializada, ainda é possível viajar nele até ao passado. E, ainda que menos numerosos, a maioria dos animais ali encontrados pelos primeiros exploradores ainda continuam a sobreviver ao longo do seu curso.



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