No dia seguinte à distribuição do livro pelas livrarias do país lá compareci numa delas para comprar o derradeiro (e inacabado) romance de José Saramago.
Cumpro assim o ritual antigo de, tão só o nosso Nobel publicava novo título e lá estava eu a integrá-lo na minha biblioteca pessoal, lendo-o devagar, sem pressas para melhor me deleitar com o seu conteúdo e a forma de o explorar.
Este gesto diz tudo sobre a admiração, que alimento pelos textos de Saramago desde que levei «O Memorial do Convento» - então acabado de aparecer! - para uma longa estadia de mais de quatro meses a bordo de um navio mercante.
Naquela viagem a história de Baltasar e de Blimunda encantou-me. Como viria a acontecer com as de tantos personagens memoráveis de romances posteriores desde «O Ano da Morte de Ricardo Reis» a «Ensaio sobre a Cegueira» culminando no delicioso «Viagem de um Elefante» sem esquecer o último título completo saído da sua lavra, «Caim».
É claro que terei pena de só ler de «Alabardas, Alabardas» uma pequena parte do romance que, se fosse vivo, Saramago levaria até ao fim, mas mesmo inacabado tenho por mim, que mais valerão estas suas páginas derradeiras do que propriamente a maioria das coisas, que vão aparecendo como supostamente completas, mas sem a profundidade do pensamento e a riqueza estilística, que eram a dele.
Como leitor, está-me prometida para breve uma nova experiência enriquecedora!
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