Em 1948, depois de realizar excelentes policiais e comédias, Howard Hawks arriscou-se a rodar um western e, logo à primeira tentativa, conseguiu criar uma das grandes obras-primas do género. Porque, mudando de ambiente, Hawks não deixou de aplicar o seu estilo próprio, onde importam significativamente as características psicológicas dos personagens. Com ele os estereótipos têm de dar lugar a personagens complexos e credíveis.
Pela primeira vez John Wayne interpreta uma personagem ambígua, que anuncia o seu papel antológico em «A Desaparecida». Ele é Tom Dunson, que regressa ao Sul depois de terminada a Guerra da Secessão e logo fica sem noiva num ataque a uma caravana.
O único sobrevivente é o jovem Matthew Garth, de quem ele faz filho adotivo.
Passados catorze anos Tom já conta com dez mil cabeças de gado, mas não encontra quem lhas compre num Sul ainda arruinado. Por isso decide ir vendê-las ao Missouri, mesmo que à custa de um mês de viagem.
Tratar-se-á de uma expedição difícil em que os nervos de Tom o levam a mostrar-se dia-a-dia mais tirânico, o que conduzirá à revolta de Matt.
Será, pois, um filme no masculino, mas com uma singularidade curiosa: o belíssimo desempenho de Joanne Dru na forma como consegue enfrentar os homens que a rodeiam.
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