quarta-feira, junho 13, 2018

(DIM) «Morreu um homem» de Olivier Cossu (2017)


Em 1950 uma sucessão de greves afetou a cidade francesa de Brest, em plena fase de reconstrução, quando os operários da construção civil exigiram aumento dos salários e foram violentamente reprimidos pela polícia de choque. Em 17 de abril, um deles, Étienne Mazé, caiu assassinado durante uma manifestação, aumentando a determinação dos sindicatos em prosseguirem a luta e recorrerem a outra arma, a das imagens. Para tal solicitaram a um cineasta, René Vautier, que cubrisse os acontecimentos, nomeadamente à solidariedade operária com os que exigiam «pão, paz e liberdade».
O filme mudo de Vautier, tendo um poema de Paul Éluard como referência inspiradora - “Um homem morreu não tendo por defesa senão os seus braços bem abertos para a vida” - depressa se deteriorou com as más condições de itinerância em que era projetado. Por isso este filme de Cossu é uma espécie de resgate dessa memória, ao mesmo tempo que constitui exemplo eloquente quanto à possibilidade de recorrer à animação como forma de enriquecer o cinema militante com novos títulos.



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