segunda-feira, junho 25, 2018

(DIM) Cinemateca, 25 de junho de 2018


Nesta segunda-feira, como de costume, as salas da Cinemateca irão propor filmes interessantes, bastante diferentes dos que nos vão sendo servidos pela maioria dos salas de cinema das grandes distribuidoras ou pela televisão.
Às três e meia a sessão junta dois filmes de António Pedro de Vasconcelos: «Adeus até ao meu regresso» é de 1974 e recorre à conhecida fórmula usada por muitos militares portugueses que, em plena Guerra Colonial, enviavam mensagens natalícias à família a partir dos seus quartéis nas ex-colónias. A partir daí temos uma abordagem dessa experiência numa altura em que ainda se discutia o modelo por que passaria a descolonização.
«A Voz e os Ouvidos do MFA» foi um documentário produzido pela RTP em 2016 e que explicita a preparação logística do movimento militar que resultaria na Revolução de Abril.
As 19 e às 21.30 prossegue o ciclo dedicado ao Cinema e à Fotografia com cinco filmes muito diferentes entre si, mas tendo como traço comum a imagem fixa ou em movimento, ou a conjugação entre as duas.
«Capitalism Slavery» de Ken Jacobs (2007) dá a ilusão de movimento a imagens fotográficas de trabalhadores do século XIX a colherem algodão, ganhando com tal tratamento uma dimensão histórica.
«Uma Imagem» de Harun Farocki (1983) mostra como se prepara em estúdio uma fotografia de capa para a revista «Playboy».
«Natureza Morta» do mesmo realizador, mas datada de 1997, mostra como a publicidade tenta reproduzir naturezas mortas com os meios tecnológicos e estéticos atuais embora tomando como referência os trabalhos dos pintores flamengos do século XVII.
Nesse mesmo ano o holandês Johan van der Keuken rodou «To Sang Fotostudio» sobre um chinês a residir e a trabalhar em Amesterdão, que acolhe no seu estúdio clientes das mais variadas nacionalidades, muitos dos quais seus vizinhos nesse mesmo bairro.
De 1958 data «Weddings and Babies», filme de Morris Engel focado num casal que é contratado para casamentos, ele como fotógrafo e ela como sua assistente e com perspetivas muito distintas sobre a possibilidade de se comprometerem afetivamente mais a sério e virem a ter filhos.
Noutro ciclo, dedicado ao cinema suíço, apresenta-se «Fogueira que Arde nas Alturas» de Fredi M. Murer (1985) sobre a vida de uma família de camponeses a viver nas montanhas e que Frederico Lourenço considerou deslumbrante quando o viu pela primeira vez.

Sem comentários: