A Paleontologia tem-se revestido ultimamente de uma vertente singular, que a tornam mais atrativa a quem a vê divulgada através de documentários televisivos: as semelhanças com a investigação policial. É o que se comprova com ossadas fósseis encontradas perto de Leipzig e que dão algumas informações interessantes sobre os homens desse período longínquo. Porque a questão que se coloca desde princípio é esta: porque é que se encontraram tantos despojos de elefantes nas margens de um lago alemão? O que terá estado na origem da morte de tantos animais?
Datados de há 120 mil anos, esses sedimentos foram exumados em Neumark-Nord, na Alemanha, num local outrora explorado como mina a céu aberto.
Além dos setenta esqueletos intactos de elefantes gigantes, que deveriam medir quatro metros, pesar mais de dez toneladas e apresentarem presas impressionantes, os arqueólogos também encontraram ossos de veados e leões, além de vestígios de plantas exóticas, de larvas de insetos e de ferramentas pré-históricas.
Graças à colaboração dos investigadores, que estiveram envolvidos nessas escavações, o documentário tenta reconstituir o mistério desses animais gigantes. De que é que se alimentavam? Como se tinham adaptado ao clima pouco favorável da Europa Central? Quais eram os seus inimigos naturais?
O que mais intriga os estudiosos do local é a ferida encontrada no crânio de um desses elefantes, que uns atribuem à ação de um dardo humano, e outros explicam como resultado da luta entre machos, com um deles a conseguir perfurar o crânio do rival com uma das suas presas.
As certezas ainda são poucas em comparação com as interrogações, mas justifica-se a análise de todas as possibilidades desde as que atribuem a morte de tantos animais no mesmo local à ação de predadores (mesmo humanos), quer a fenómenos raros mas fulminantes como um envenenamento brutal causado por bactérias disseminadas a partir de um dos animais.
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