Mesmo que não o possamos ver, cheirar ou tocar, o espaço existe mesmo e serve de referência a certos tipos de movimento. Comprovamo-lo como real ao vermos uma patinadora: Newton diria que, quando ela faz uma pirueta, os seus braços são impulsionados para o exterior porque ela em relação a algo. E esse algo é o espaço.
Durante muito tempo os filósofos interrogaram-se sobre a natureza desse espaço. Newton modificou os termos do debate e foi assim que nasceu a ciência moderna.
As teses de Newton conheceram um enorme sucesso e não foram questionadas durante mais de duzentos anos. Mas, nas primeiras décadas do século XX, surgiram novas ideias, que abalaram as convicções até aí defendidas, até no seu fundamento. Quem as formulou foi um modesto funcionário da Administração Suíça das Patentes chamado Albert Einstein.
Ele tinha vivido a sua formação escolar nos últimos anos do século XIX, quando começava a Era da Eletricidade. Essa energia iluminara as cidades dando origem a todo um conjunto de tecnologias, que Newton nunca pudera imaginar.
Todos os avanços de então decorriam de um fenómeno que cativara a atenção de Einstein desde a infância: a Luz. Não a que irradiava das ampolas de vidro, mas a sua intrínseca natureza. E foi o seu fascínio por uma característica específica da luz - a velocidade - que o levou a pôr em causa a conceção newtoniana do espaço.
Einstein defendeu a tese segundo a qual, não interessa a velocidade a que um objeto luminoso se desloca: mova-se ele mais depressa ou mais devagar a luz emitida desloca-se sempre à velocidade constante de 1 079 252 850 quilómetros por hora.
Como é que isso era possível? Como se explica que a luz sob todos os seus estados se desloque sempre à mesma velocidade?
Vejamos então como é que Einstein conseguiu explicar esse espantoso fenómeno.
Sabendo que a velocidade é o espaço percorrido por um objeto num dado período de tempo propôs uma ideia deveras surpreendente: o espaço e o tempo estão interligados entre si.
Para respeitar essa propriedade universal da luz, o tempo e o espaço teriam de deixar de ser absolutos. Ambos deveriam ser entendidos como relativos de modo a ajustarem-se um ao outro numa nova grandeza designada como espaço-tempo.
Só não temos uma perceção clara dessa grandeza porque não nos deslocamos com suficiente rapidez para a constatarmos.
Na nossa vida quotidiana ainda vivemos placidamente com os conceitos de espaço e de tempo como eram definidos na época newtoniana. Mas Einstein fez transitar a ciência para um outro patamar, bem diferente do indicado pelos nossos sentidos. Residiu nisso o seu génio.
Com essa nova perspetiva do espaço e do tempo vai ser possível explicar um dos grandes mistérios até então considerados como insolúveis e relacionados com o cosmos: a gravidade.
Newton sabia que a gravidade era um fenómeno, que atraía os corpos uns em relação aos outros. E conseguiu calcular a força com que isso acontecia com uma precisão assinalável. Mas como é que funcionava a gravidade? Como é que a Terra atrai a Lua apesar das centenas de milhares de quilómetros, que as distanciam? E, no entanto, esses dois astros estão ligados como se uma corda invisível os prendessem um ao outro!
As leis de Newton não conseguiam dar resposta a essas perguntas. Foi então que Einstein concebeu outra explicação genial...
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