domingo, agosto 03, 2014

CIÊNCIA: o que é o espaço?

Quando percorremos uma qualquer rua de uma das nossas grandes cidades somos forçados a concluir que o mundo está recheado de milhentas coisas: edifícios, carros, transportes públicos, pessoas, etc.
No entanto, à volta de todas essas coisas, que constituem o nosso mundo quotidiano, há algo igualmente importante, mas muito mais misterioso: o espaço onde todas essas coisas existem.
Se suprimíssemos todas essas coisas e pessoas, e até a própria Terra, todos os planetas, estrelas e galáxias, em suma tudo quanto existe desde o que tem maiores dimensões até à mais minúscula partícula atómica de um gás, o que encontraríamos? A maioria diria que restaria então o Nada! Mas, tendo razão, também estariam a cometer um erro, porque ficaríamos com um espaço vazio com características tão específicas quanto as dos objetos presentes na nossa vida quotidiana.
O espaço é tão real, que até se pode curvar, torcer ou ondular. Por isso é tão fundamental para contribuir em tudo quanto nos rodeia e que faz parte da própria tessitura do cosmos.
Não se pode compreender o mundo, sem termos presente o espaço, porque o mundo não é mais do que espaço com coisas no seu interior.
Raramente temos consciência do espaço. É como se fôssemos peixes, incapazes de perceberem a água em que estão mergulhados e onde vivem.
O espaço está, pois, muito longe de ser o nada, tanta coisa se passa com ele.
Em geral, quando falamos do espaço estamos a falar do que é visto como intersideral, um sítio muito distante de onde estamos. Mas, na realidade, ele está em todo o lado por todo o Universo. Mesmo os objetos mais minúsculos como os átomos - ingredientes elementares de que somos constituídos - são constituídos maioritariamente de espaço vazio.
Se suprimíssemos todo o espaço que existe entre todos os átomos, que forma a pedra, o vidro e o aço de um dos nossos arranha-céus, restaria algo do tamanho de um grão de arroz., ainda que pesando milhares de toneladas. O resto é simplesmente espaço vazio.
Mas, afinal, o que é o espaço se ele tanto se parece com o nada? Como compreendê-lo? Porque é que existe? Porque é tridimensional? Porque é grande? Porque não é minúsculo? Não há consensos sobre as respostas mais corretas para essas perguntas!
Felizmente não estamos propriamente às escuras!  Há séculos que recolhemos indícios sobre o espaço! E um deles surgiu quando nos questionámos sobre as razões, que levam os objetos a deslocarem-se em relação às referências circundantes.
Isaac Newton representou o espaço como se fosse um palco vazio, a arena onde decorreria todo o espetáculo do Universo. Um palco imutável, onde seria possível perceber todos os movimentos ocorridos à nossa volta, criando-lhes leis sobre como iriam previsivelmente acontecer, nem que fosse sobre o movimento da queda de uma maçã de uma árvore ou como a Terra rodava em torno do sol.
São leis que funcionam tão bem, que ainda hoje as utilizamos, quer para lançarmos foguetões, quer para fazermos aterrar aviões. E todas essas leis assentam numa constatação primordial: a de que o espaço é real!


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