O público ocidental só passou a conhecer as obras de Yasujiro Ozu, quando ele já tinha morrido. Culpa da sociedade produtora japonesa, que nunca investira na exportação desses filmes por os achar conotados em demasia com a cultura nipónica, não acreditando que pudessem interessar a quem nela não estava imbuído. Nesses produtores formara-se a ideia de só interessar aos europeus o que tivesse a ver com o exotismo constituído pelas histórias com samurais e geishas.

Durante o conflito mundial, Ozu fora mobilizado para o apoio aos exércitos imperiais, sendo colocado na Manchúria, donde passaria para Singapura onde seria capturado pelos Aliados, que depressa o libertaram. Quando chegou ao Japão, após longa ausência, encontrou um pais completamente diferente e onde as mudanças tendiam a acelerar-se. Ele próprio mudara e, por isso mesmo, nunca mais deixaria de abordar o tema do passado irrecuperável perante uma ocidentalização, que descaracterizava os compatriotas, embora lhes deixasse intimamente um rasto de nostalgia.
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