quinta-feira, agosto 30, 2018

(DIM) Entre a primeira alunagem e uma terra de nenhures


No meu Top-50 cinematográfico figuram dois títulos, que vêm a talhe de foice, a propósito da apresentação de um novo filme em Veneza. De facto, «First Man» de Damien Chazelle, levou os críticos a lembraram «2001, Odisseia no Espaço» e «Os Eleitos», que vejo e revejo regularmente, sempre com renovado prazer. E, no entanto, há o consenso em reconhecer que a obra agora conhecida não atinge a dimensão filosófica de um, nem épica do outro. A razão deve-se à personalidade introspetiva de Neil Armstrong, cujas feridas íntimas não obstaram a que se focasse no objetivo da sua missão, mas não deram ensejo aos argumentistas para irem além do registo que, enquanto pessoa, ele era. Daí que corresponda a papel talhado para que Ryan Gosling volte a ser tido em conta para os Óscares.
Porque, meio século passado, ainda tenho algo do miúdo, que passou a corresponder-se com a NASA, quando a Apollo 11 chegou à Lua, encararei com expetativa o dia em que me sentarei numa sala de cinema para aferir se os que já viram «First Man» enunciam como boas razões para o descobrir.
Enquanto isso não sucede atenho-me nas estreias que vão ocorrendo nos ecrãs lisboetas, ciente de estarmos naquela época do ano em que pouco sobra dos habituais pretextos para que os adolescentes gastem parte das mesadas em pipocas e coca-colas e se malcomportem nas salas escuras. Dos filmes estreados nesta quinta-feira valerá a pena a deslocação ao Ideal Paraíso para conhecer «Milla» de Valérie Massadian, sobre um casal jovem à descoberta do amor, sem distrações que os desfocalizem um do outro, mas perdendo pouco a pouco o discernimento entre o que é ou não realidade.

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