sábado, agosto 18, 2018

(DIM) «As origens das civilizações» de Tim Lambert (2018)


A civilização humana despoletou verdadeiramente nas colinas da atual Turquia e nas planícies iraquianas, quando os nossos antepassados caçadores e recolectores sentiram a necessidade de se agruparem em comunidades alargadas, sedentarizadas nas primeiras aldeias e cidades.
Antecessoras das nossas megalópoles esses aglomerados mais povoados, criados por engenho e necessidade, criaram as primeiras invenções e inovações, que se tornaram em incríveis aceleradores do progresso.
No sudeste da Anatólia, no campo arqueológico de Göbekli Tepe, encontrou-se o primeiro monumento criado pela espécie humana, constituído por enormes e misteriosos pilares recheados de inscrições e datado de há vinte mil anos. Ao tornar-se num local onde se concentraram diversas tribos, aí nasceu, há dez mil anos, a cultura do trigo, grande responsável pela definitiva apetência pela sedentarização.
A primeira fase da agricultura foi a era mais violenta da história humana. Para se protegerem os lavradores fortificaram as aldeias e aglomeraram-se em grupos maiores para obterem melhor segurança. A Mesopotâmia da Antiguidade ilustra bem o paradoxo de a guerra ter significado, ao mesmo tempo, morte e destruição, mas, ao mesmo tempo, um vetor civilizacional. No vale mexicano de Oaxaca, a raridade das terras férteis suscitou sangrentas rivalidades e morticínios, mas também aí surgiu Monte Alban, capital zapoteca, onde foi criada a primeira civilização no continente americano. Muito forte e organizada, essa sociedade guerreira só foi derrotada pelos exércitos de Teotihuacan, quando esta se tornou na superpotência regional, que daria origem a autêntica idade dourada.
Esta série britânica, criada na sequência de «Quando o Homo Sapiens povoou o planeta», alterna evocações históricas recriadas por atores, com intervenções de investigadores e outros especialistas dos primórdios da Humanidade, muitos dos quais arqueólogos entrevistados nos próprios locais de prospeção de vestígios ancestrais. O espectador é convidado para uma viagem pelos vários continentes e épocas passadas, testemunhada com recurso a excelente fotografia.

Sem comentários: