sexta-feira, dezembro 29, 2017

(DL) Frank O’Hara não era pintor

Não era pintor, era poeta - eis o tema do poema de Frank O’Hara, um dos principais nomes da Escola de Nova Iorque, que integrava com outros escritores da sua geração como John Ashbery e Kenneth Koch.
No poema também fala de Mike Goldberg, o amigo pintor, que estava então a criar uma obra chamada «Sardinhas» e pertencia por seu lado à chamada New York School of Painters com alguns dos maiores expoentes do que se convencionou chamar de expressionismo abstrato: De Kooning, Pollock, Rothko.
Entre os poetas e os pintores das duas escolas estabeleceu-se uma fratria alicerçada nas mesmas preocupações estéticas e sociais.
O’Hara nascera em 1926 e fizera a Guerra do Pacífico a bordo de um destroyer. Como veterano teve acesso a uma bolsa em Harvard, onde foi aluno brilhante.
Trabalhando no Moma chegaria a ser um dos seus principais curadores, mas abandonaria o cargo para se dedicar à poesia a tempo inteiro. Considerava que já não lhe bastava escrever nos intervalos de almoço, mesmo que eles lhe tenham proporcionado os vinte cinco textos, que integrariam o seu «Lunch Poems», que teve tradução portuguesa pela Assírio & Alvim.
Nesse período, vivido no célebre museu adjacente ao Central Park, O’Hara também escreveu um ensaio de referência sobre a obra de Jackson Pollock.
Lamentavelmente teria vida curta, pois morreria aos 40 anos, atropelado numa estrada depois de o carro em que seguia com alguns amigos se ter avariado. Essa tragédia ainda melhor justificou o seu reconhecimento como um dos melhores poetas norte-americanos do século XX.

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