segunda-feira, dezembro 25, 2017

(DIM) «La La Land» de Damien Chazelle

O que torna «La La Land» particularmente simpático não é o facto de pretender a ressurreição - nem que seja por duas horas - de um género que conheceu fulgor inigualável nos anos 40 e 50 e nunca mais encontrou inspiração, nem intervenientes, que lhe repetissem as mágicas flutuações acima de qualquer lei da gravidade. Mesmo que Emma Stone, Ryan Gosling e todos quantos os acompanham nos números dançados e cantados deem mostras irrepreensíveis de competência.
O que mais nele gostei foi o frágil equilíbrio entre a aspiração em cumprir sonhos quase impossíveis e o quanto eles se mostram dececionantes tão só alcançados. Durante boa parte do filme andamos convencidos de tratar-se de coisa ligeirinha a arrumar na prateleira dos entretenimentos bem feitos, mas sem grandes ambições. Mas depois damos com a difícil gestão das frustrações, que significam um passo adiante na maturidade.
É como se houvesse um tempo para sermos ingénuos e sentirmos como mágicos os momentos de exultação perante a iminência do sucesso, e outro, completamente diferente, em que resta o conformismo de se haverem vivenciado momentos excecionais, mas tudo ter convergido para uma rotina convencional donde resta olhar com melancolia para o lastro emocional abandonado pelo caminho.

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