segunda-feira, abril 20, 2020

(DIM) Tsunamis, uma ameaça planetária


Não esquecemos o assombro com que reagimos às imagens do dia a seguir ao Natal de 2004, quando a rutura de uma falha no oceano Índico, a 100 quilómetros da ilha de Sumatra, causou um sismo de grau 9 na escola de Richter, seguido de uma vaga gigante capaz de avançar à velocidade de 800 kms/hora até causar um impressionante rasto de destruição numa dúzia de países onde se contaram no total mais de duzentas mil vítimas mortais para além dos avultados danos materiais.
Sete anos depois, a 11 de março de 2011, menos de uma hora passada sobre uma valente sacudidela sísmica na costa oriental japonesa, uma vaga gigante abateu-se sobre a ilha de Honshu submergindo a central de Fukushima, daí resultando uma das maiores catástrofes nucleares da história humana. Quando se contabilizaram as vidas perdidas elas eram mais de vinte mil.
Perante estas tragédias os cientistas mobilizaram-se para compreender a mecânica complexa dos tsunamis e encontrarem formas de pouparem as populações sujeitas a tais flagelos. Estudando o caso específico do que ocorreu na ilha Palu em setembro de 2018, concluem uma evidência desencorajante: a exemplo do sucedido em séculos, e até milénios passados, esse fenómeno pode acontecer sem aviso em qualquer costa. Do litoral de Nice à baía de Nápoles, da costa ocidental americana aos países do sudeste asiático, o aumento demográfico com elevadas concentrações humanas à beira-mar  pressagia catástrofes devastadoras, que nem sequer podem ser prevenidas atempadamente, porque, no caso de Palau, entre o sismo e a vaga gigante decorreram dois minutos, ou seja quatro minutos antes do Centro de Deteção de Tsunamis lançar o correspondente alerta.
O documentário de Pascal Guérin faz o ponto da situação sobre os conhecimentos disponíveis, ouvindo especialistas, apresentando simulações em 3D e imagens de arquivos, que no conjunto constitui uma rigorosa abordagem sobre o quão estamos vulneráveis a este tipo de ameaças naturais.

Sem comentários: