terça-feira, março 26, 2019

(DL) Orhan Pamuk tem mais um romance para conhecermos


Nascido em 1952, o escritor turco Orhan Pamuk é uma das mais ativas vozes contra a ditadura de Erdogan, salvaguardado na relativa proteção que a condição de Nobel da Literatura lhe confere. Mesmo que regularmente ameaçado de morte pelos islamitas, as suas palavras desassombradas não se tornam mais prudentes, quando condena a negação das liberdades fundamentais a quem não se conforma com um regime tirânico e obscurantista. Nem tão pouco se priva de passear-se lentamente pelas ruas da cidade, que muito ama - Istambul.
Nestes últimos dias ele  tem repetido essa veemente condenação da ditadura nas televisões francesas, por onde anda a fazer o périplo do seu romance mais recente - «La Femme aux cheveux roux» - espécie de conto iniciático sobre personagens que, a exemplo das conhecidas nas tragédias gregas, tudo fazem para alterarem o rumo dos seus destinos. Só que ao conhecido mito de Édipo, ele contrapõe o seu correspondente oriental, o de Sohab e Rostam.
Se em ambos os casos, pais e filhos reencontram-se sem saberem quem, efetivamente, são, no de origem grega o filho matava o pai, enquanto no oriental, sucede o exato contrário.
Fica a perspetiva de mais um grande romance, ainda que curto em páginas, a ser urgentemente visitado.

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