sexta-feira, março 29, 2019

«Cópia Mortal» de Jon Amiel (1995)


Depois de amplamente utilizado na época em que Hannibal Lester e os seus sucedâneos invadiam os ecrãs dos cinemas e das televisões, o tema dos assassinos em série, ruins como as cobras, deixou de estar na moda. A facilidade com que se pode aceder a armas de fogo nalguns países dá maior oportunidade aos que pegam nelas e decidem matar indiscriminadamente o maior número possível de azarados, ignorantes da possibilidade de estarem situados no lugar errado à pior das horas possíveis.
Realizado há duas dúzias de anos, «Copycat», só tem a seu favor a presença de duas atrizes muito estimáveis: Holly Hunter e Sigourney Weaver. O resto resume-se a uma história em que uma diabólica criatura recebe ordens de um criminoso encarcerado para utilizar a liberdade de movimentos para matar um conjunto de vítimas, imitando rigorosamente os homicídios perpetrados no passado por outros antecessores. Eles sucedem-se e, para travarem-nos, gera-se a cumplicidade de uma inspetora da polícia com uma antiga especialista em comportamentos homicidas, mas entretanto remetida a domiciliária clausura desde que se livrara à justa a um desses criminosos.
Há erros e inverosimilhanças, que é melhor ignorar para que a lógica do argumento flua sem grandes percalços e o final ocorre suficientemente em aberto para não o caracterizarmos de happy ending. Pelo menos Amiel procurou deixar pontas soltas destinadas a uma sequela, que julgo nunca ter existido.
Não é que «Copycat» seja desagradável de ver, desde que se aceite a inevitabilidade de dele nada nos lembrarmos algumas semanas depois de lhe dedicarmos duas horas da nossa cada vez mais curta existência.

Sem comentários: