Tenho visto Adriano Luz em excelentes desempenhos, quer no teatro, quer no cinema, mas não me senti convencido com o que assumiu na curta-metragem de Jorge Cramez, «O Rebocador».
Rodado em 2015 mostra um motorista de um reboque a levar uma viatura acidentada e seu atónito condutor para o sítio onde ambos possam ser encarreirados de acordo com o estado em que estão. A primeira para a sucata, o segundo para onde o possam libertar do estado de choque em que, ainda, se encontra. Trata-se, pois, de um monólogo em que o protagonista vai desfiando o rol de experiências macabras a que assiste diariamente, culminando no seu fervor pelas canções do Tony de Matos.
São quinze minutos sempre passados dentro da cabine com Luz a desfiar o seu texto, enquanto o acompanhante vai olhando para o exterior, mas concentrado sobretudo nos seus indecifráveis pensamentos. A questão reside em saber se o problema estará no conceito, não havendo quem o pudesse desenvolver de forma a não parecer tão forçado, tão inverosímil. E resposta para ela não vislumbro...
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