Vemos, ouvimos, lemos e experimentamos. Tanto quanto possível pensamos pela nossa própria cabeça...
sábado, maio 31, 2008
INSTITUIÇÃO CRIMINOSA GERA CRIMINOSOS EM CADEIA
A história surgiu num dos documentários que a Sic Notícias costuma mostrar sob o título genérico «Panorama BBC» e mostra casos tenebrosos de mulheres-soldado norte-americanas, que foram vítimas de violações nos quartéis aonde prestavam serviço.
O documentário mostrava como a pretensa igualdade entre géneros, a que a instituição militar norte-americana se viu obrigada pelo poder político, não foi devidamente assimilada, acabando por ser torpedeada por quem aproveita a oportunidade para humilhar, agredir e abusar das mulheres, que lhes surjam ao alcance.
Ora essa situação insere-se dentro de uma lógica ideológica, que teve como lídimo representante nos últimos anos esse inefável texano, cuja partida para a reforma irá criar uma sensação de alguma higiene mental recuperada a nível da política internacional.
Aqueles pais e aquela irmã não podem compreender, como muitos dos eleitores republicanos, que os piores excessos do regime em vigor têm de ser imputados a políticas criminosas, dentro das quais os violadores passam por inquéritos inócuos, quase sempre concluídos em absolvição.
No caso da rapariga morta mostra-se como, tão só devolvido à impune liberdade, o agressor voltou a assediá-la ostensivamente. Por isso se a sua morte decorreu da depressão de se sentir incapaz de evitar novas agressões ou de uma retaliação brutal de um psicopata denunciado, o que está em causa é a ideologia de agressão ao mais fraco, que subjaz ao discurso militarista do Pentágono.
E se essa instituição se revela criminosa no seu todo não admira que os seus responsáveis nos mais diversos escalões repliquem essa postura crapulosa…
domingo, maio 25, 2008
UM OLHAR SOBRE A POBREZA
O estudo ainda é elucidativo a outro nível: o da falência das políticas governativas destinadas a reduzir a dimensão dessa pobreza, mostrando como os subsídios da União Europeia e as dotações orçamentais nada vieram alterar essa realidade.
O que lança uma outra possibilidade: só com políticas diferentes, dentro de uma outra lógica ideológica, é que será possível produzir outros resultados…
Também para acabar com a pobreza se justifica um outro tipo de sociedade.
Karajan - Beethoven Symphony No. 6 In F Major 'Pastoral'
Hugo Niebeling, o realizador desta versão da interpretação da 6ª Sinfonia de Beethoven pel Filarmónica de Berlim dirigida por Herbert von Karajan, conta que, no final da projecção do filme, olhou para o maestro e este não estava branco, estava sim verde de raiva.
De facto o pior que se podia fazer a este egocêntrico narcisíaco (e a redundância faz aqui todo o sentido)era retirar-lhe o protagonismo. Normalmente nos outros filmes com Karajan, as câmaras fixam-se apenas nele, subalternizando totalmente a orquestra. Ora Niebeling faz exactamente o contrário: são pouco frequentes as imagens do maestro, quedando-se as câmaras nos pormenores da orquestra, na sua visão global ou em intencionais perdas de nitidez, destinadas a conferir às imagens uma tradução abstracta.
Pessoalmente nunca vi um concerto tão bem vertido em imagens...
AS INSUSPEITAS PORTAS ABERTAS PELOS TIRANOS
Neste planeta, que avança pelo milénio adentro, ainda é possível encontrar este tipo de visionários tenebrosos, agora quase cingidos a países do Terceiro Mundo influenciados pela leitura mais

Mas, pudesse George W. Bush concentrar em si os poderes de um ditador, quem nos diria que não imitaria os Ahmenidejadhs só para proibir o aborto, eliminar os homossexuais e dar ainda maior liberdade aos donos dos campos de petróleo.
E, no entanto, essa vontade de tudo comandar sobre os comportamentos dos governados é tão velha quanto o mundo e a existência de quem manda e de quem obedece.
Na viragem do século XV para o XVI, em Florença, Savoranola foi efémero líder deste tipo de governo.
Populista, conseguiu mobilizar os mais miseráveis para condenarem a corrupção dos detestados ricos, fazendo-os únicos responsáveis dos sofrimentos de quem nada possuía. E, graças ao sucesso dessa demagogia, passou a impor um conjunto de valores puritanos, que faziam do sexo a origem de todos os males.
O seu radicalismo era tão delirante, que até os seus seguidores começaram a duvidar de tantas proibições, de tanta conotação dos mais naturais gestos a tenebrosos pecados. E, quando ele é sujeito à fogueira, já poucos o lamentarão.
O que não deixa de ser singular é o facto de, pela sua capacidade de mobilização dos mais pobres, ele ter lançado as bases para pôr em causa os valores feudais, que ainda perduravam na sociedade de então.
Às vezes acaba por ser a tirania a abrir mais convictamente as portas da História futura...
quarta-feira, maio 21, 2008
Travelling Birds Sigur Ros as played by Kronos Quartet
Foi uma das mais belas peças apresentadas pelo Kronos Quartet no concerto de ontem no CCB. Mas este filme, que a ilustra só valoriza a interpretação do grupo...
FECHAR OS OLHOS PARA VER
Porque estamos

O que via aquele repórter estava completamente desfocado do verdadeiro sentimento de quem não tardaria a arrancar pedras da calçada para procurar a praia.
É o que pode estar a acontecer nesta altura: em aparência, deparamo-nos com um capitalismo avassalador, que não parece dar espaço a outro tipo de sociedade. E, no entanto, de repente, tudo pode mudar, graças aos preços do petróleo ou dos cereais, ou aos efeitos financeiros da avidez dos bancos norte-americanos pelo lucro.
Vale, pois, a pena seguir o conselho do pintor: porque não fechar os olhos e imaginar o quanto se torna urgente o advento de uma outra forma de existirmos?
UM PARTIDO DESTINADO A DAR ESPECTÁCULO
O PSD, toda a gente sabe, nasceu para dar espectáculo! Está no seu DNA, faz parte do seu cromossoma. Nenhum outro partido português tem esta vocação circense, esta alma de gladiador de circo romano. Só o PSD nos dá, gratuitamente, esta intensidade.
Domingos Amaral, Diário Económico, 30/4/2008
O texto de Domingos Amaral já tem algumas semanas, mas a campanha eleitoral que mobiliza o maior partido da oposição mantém plenamente actual a ilação então aduzida: o PSD nasceu de facto para dar espectáculo. Sobretudo, quando entra em cena esse caso de estudo, que se chama Santana Lopes. Que não leu verdadeiramente Marx, porque senão saberia que a História se repete sempre duas vezes, a primeira como tragédia, a segunda como farsa.
Que a primeira passagem de Santana Lopes por São Bento foi uma tragédia, bem o sentimos nas medidas a que o Governo socialista se viu obrigado para corrigir o autêntico regabofe nas contas públicas, que encontrou ao substituí-lo.
Mas, qualquer que seja o resultado deste confronto eleitoral, dispensamos bem as gargalhadas que esse eventual regresso ao poder sugeriria.
Apesar de alvo de uma campanha sistemática de contestação, liderada pelo jornal «Público», José Sócrates parece ser o único capaz de, nesta altura, manter um rumo adequado para o país…
sábado, maio 17, 2008
Enya - Orinoco Flow
Dos grandes rios da Terra terá sido o único por onde não andei. Guardo imagens vividas do Nilo, do Amazonas ou do Iansequião. Mas este ficou de fora.
No dia em que Enya faz anos, aproveito para evocar a canção em que ela falou do caudal desse rio...
JENNIFER JASON LEIGH

É verdade que a actriz em causa nunca ganhou uma estatueta da Academia de Hollywood, mas isso só desabona essa instituição. Porque, a par de Francês MacDormand, de Susan Sarandon e de não muitas mais actrizes norte-americanas, ela é daquelas que justifica ver um filme por muito que ele nos suscite desconfiança: porque em cada cena, existe um olhar, um gesto, que não estão escritos no argumento, mas que dão corpo ao personagem.
Ela é daqueles valores a quem não se presta a devida justiça...
SONHOS HÚMIDOS
De todos os países ocidentais compareceram centenas de jovens dispostos a verem filmes proibidos, que explicitavam todas as transgressões

«Jouissez sans entraves», o documentário de Yvonne Debeaumarche vai à procura de quem organizou ou se limitou a participar nesse evento, que se inseria na lógica afirmativa de um novo tipo de sociedade.
Jim Haynes era um dos principais responsáveis pelo festival: norte-americano, que se assumia como um autentico guru da contracultura, ele vivia então em Londres, aonde estava ligado a um dos jornais de vanguarda da cultura hippie, que propunha o sexo sem limites como forma de quebrar as grilhetas do pudor. Que eram as que serviriam o poder a derrubar.
Nessa época em que a pílula ainda não estava disseminada, o grande terror das raparigas era engravidarem. O resultado era uma espécie de miséria erótica.
Quando Londres se tornou demasiado perigosa para a liberdade dos editores da revista «Suck», Jim Haynes e Bill Lévy mudam-se, da armas e bagagens para o Continente. Amesterdão era, então, o local ideal para prosseguirem a sua militância no principal conceito que defendiam: o mundo tornar-se-ia bem melhor se se fizesse amor em vez da guerra. Pondo fim aos Vietnames ou aos Biafras, que então invadiam os noticiários internacionais.
Os filmes que concorriam ao «Falo de Ouro» rompiam com todos os tabus. Sade, até então votado à clandestinidade, ressurgia na sua devida relevância. A violação e o sadismo surgem em «Justine», um filme de escasso valor cinematográfico, da autoria de Claude Pierson, mas deveras significativo enquanto móbil de uma ruptura.
A própria homossexualidade ganho foros de cidadania com a projecção de um filme de Jean Genet, a preto e branco. A par da zoofilia, da pedofilia, do incesto…
Exploram-se todos os limites. A regra para os redactores da «Suck» era escreverem sobre tudo quanto fizesse tremer a própria mão.
No último ano do evento - em 1971 - o festival concluiu-se com uma grande orgia a bordo de um barco fretado para levar os convidados até fora das águas territoriais. Quem lá esteve recorda todos em pelota e bolas de haxixe disponíveis para quem quisesse experimentar a conjugação do sexo e do psicadelismo. Em todas as combinações possíveis tendo como regra a exacerbação do desejo.
O pior terá sido o regresso a casa, com o ciúme a envenenar o que fora concebido como um acto de libertação. Afinal os afectos sobrepunham-se às teorias e poucos gostavam de ver os parceiros ou parceiras a terem relações com desconhecidos.
Muitas dessas almas inquietas começaram aí uma regressão, que, nalguns casos, os levariam depois a execrar o que até então haviam acreditado. Passando do oitenta para o oito, assumindo-se como guardiões de uma moral, que tanto haviam posto em causa.
A idade do Ouro da Revolução Sexual, que decorreria entre a descoberta da pílula e o surgimento da Sida, teria aí o seu advento ...
MESQUINHEZ
Em vez de enfatizarem o valor político e económico dos acordos estabelecidos com o governo de Hugo Chavez, que tanto beneficiará a comunidade portuguesa na Venezuela e os próprios portugueses, que verão crescer assim o valor anual das exportações, os jornalistas e os opinadores - sobretudo os da imprensa afecta a Belmiro de Azevedo e a Francisco Balsemão - não falaram de outra coisa. Enfatizando o

Se tivesse que encontrar paralelo cenográfico para o panorama da nossa imprensa e audiovisual não imaginaria algo muito distinto do que a Cornucópia escolheu agora para a peça «Don Carlos, Infante de Espanha» passada no tempo da Inquisição Espanhola.
Há a mesma tentação em pôr todos os filhos da Nação a acreditarem nos mesmos valores e mitos, excomungando quem se atreva a advogar a diferença.
O que José Sócrates está a fazer, enquanto primeiro-ministro, é notável na sua determinação e no que são os seus objectivos de conduzir o país a um patamar de excelência. Para tão ambiciosa omeleta, dispõe de ovos pouco frescos, quiçá estragados nalguns casos (e a imprensa em causa é disso exemplo). Mas, pouco a pouco, contra ventos e marés vai fazendo-o.
Para despeito de quem, na mediocridade, só pode invejar os que têm reconhecidamente valor…
quarta-feira, maio 14, 2008
Tchaikovsky - violin concerto - Allegro moderato part I
Tchaikowsky compôs esta obra na Suiça, quando aí se refugiara na sequência do fracasso do seu casamento.
É uma obra lindíssima, que espelha um coração torturado, tomado ora de melancolia, ora de aceitação do seu destino, ora de súbita de resolução de algo mudar.
Uma música que sempre se gostará de ouvir...
O CLUBE DO CEMITÉRIO
Lena, a protagonista, e não por acaso, será o elo que nos levará a todos eles. Ao longo da película, que terá envolvido horas e horas de filmagens, vão-se desenrolando os seus encontros e desencontros ao sabor do desaparecimento de alguns destes velhotes. Geralmente a realizadora, sobrinha e neta de duas intervenientes, dá a última palavra a quem antes de um funeral se sobressaiu, fazendo-lhe realçar as suas qualidades. Um velho que diz poemas. Outro que se confessa enamorado. Um outro que invectiva os companheiros ao dizer que eles, judeus, fazem aos outros o que não quiseram que a si fizessem. Tal afirmação gerou polémica, prontamente apaziguada pelo toque da hora do lanche. Razão posta à prova da anedota de que entre três judeus, surge sempre um terceiro partido. Pois, as discordâncias são inúmeras. Com particular realce na pessoa de Lena.
Lena é a velha que contr

O filme consegue ser subtil no humor inerente a cenas patéticas no constante passar dos velhos, cadeira desdobrável e piquenique na mão, face ao mausoléu, que sinaliza o nome do cemitério, e que Lena defende ser esse o verdadeiro nome do clube. Não o clube do cemitério como lhe chama a realizadora.
No fim e porque o número de elementos se vai reduzindo por morte ou por impossibilidade de deslocação, as reuniões prosseguem no lar onde estão os mais fracos, os que se sucederão no próximo funeral até à extinção. Depreende-se!
segunda-feira, maio 12, 2008
«Le Drôle de Mai» de José Vieira
No documentário de José Vieira, «Le Drôle de Mai» temos este contexto visto de uma França aonde eclodia a revolução nas ruas. E de onde muitos portugueses fugiriam por medo do clima de insurreição e de anarquia, que imperava à sua volta.
É evidente, que esses fugitivos da Revolução tinham razões para a sua cobarde retirada: gente simples do campo, temerosa a Deus e nada sabendo do mundo em que viviam, era facilmente tomada do medo pelo que não poderiam compreender. E daí fugirem para a toca apertada de onde tinham partido. Mas é, igualmente, importante considerar o encorajamento ao regresso a Portugal de todos esses emigrantes que, a ali presenciarem tais «modernices» e gostarem, poderiam ganhar a tentação de as querer divulgar por cá. E isso era o que mais afligia a ditadura. Por muito que os francos vindos de França fossem essenciais para continuar a pagar os custos da Guerra Colonial...
domingo, maio 11, 2008
«Love Express», um filme de Elena Hazanov
O tema de «Love Express», telefilme suíço de Elena Hazanov, realizado em 2004, e contando com Mathilda May num dos principais papéis,

Mas, como em tudo, nada é o que parece e são muitos os objectivos escondidos dos que se fazem ao papel: há a jornalista disposta a escrever um artigo de jornal, outra que vem à procura de marido rico, outro para conseguir a nacionalidade através de um casamento «branco» ou quem procure varrer as cinzas do seu fracasso conjugal.
Mesmo o casal organizador não deixa de ter uma relação tempestuosa.
O registo de comédia obriga a equívocos e a desencontros, que suscitam algumas crises e a formação de alguns casais improváveis.
Se o filme é daqueles, que rapidamente se esquecem, não deixa, ainda assim, de suscitar algumas pistas de reflexão quanto à forma como a relação conjugal vai procurando sobreviver num contexto a ela tão agreste…
Keith Haring

Durante dez anos, Haring criou centenas de obras, muitas das quais sob a forma de graffitis, já que entendia ser essa a forma mais expedita de fazer chegar às pessoas a sua arte. Inevitável foi a prática ganha em correr à frente da polícia.
Curiosa, igualmente, a sua forma de criar: sem quaisquer estudos ou esboços, e a traduzir os movimentos sincopadas do hip hop ou das personagens das Bandas desenhadas da Marvel.
Olhando-se para os seus quadros fica a sensação de um universo simples e ligado às tradições tribais. Embora, no seu último ano de vida, Haring tomasse uma orientação mais sombria nas cores e nos traços, quando problemas como os da SIDA, da homofobia ou das drogas ganhavam-lhe dramática acuidade.
sábado, maio 10, 2008
Mazurca de Fogo
Gostaria pôr aqui as cenas utilizadas pelo Almodovar para ilustrar o seu «Fala com Ela». Mas, hélas, só encontrei estas imagens do bailado no You Tube...
Mazurca de Fogo
Ao intervalo já estava a considerar que iria gostar muito, mas muito mesmo. E, nos vibrantes aplausos finais, expressava o quanto adorara este espectáculo de muito movimento e cor, perpassado por um incrível humor.
Em causa toda a portugalidade expandida para as suas antigas colónias, reflectindo-se as suas idiossincrasias nos ritmos, nos gestos e nos hábitos.
Há a relação homem/mulher com o que comportam de afecto e de desafecto. E referências óbvias a símbolos culturais (Pessoa, Paula Rego) ou sociais (aquaparques, telenovelas) facilmente reconhecíveis…
Ao sair da sala estava ciente de ter visto um dos melhores espectáculos de entre todos quantos vi nos últimos anos...
segunda-feira, maio 05, 2008
Carmina Burana - Finale
Ao ouvirmos Carl Orff não podemos esquecer as posições políticas indefensáveis, que foram as suas. Mas «Carmina Burana» continua a ser uma obra maior da música do século transacto. E aqui, sabiamente dirigida pela batuta de Simon Rattle...
UM FILME DE ANNE MARIE MIÉVILLE
«Os preconceitos correntes, incluindo os de raiz machista, tenderão a arrumar alguém como Anne-Marie Miéville na condição de "dependente" do seu parceiro masculino de criação (Jean Luc Godard).
Aliás, é bom que se diga que tal machismo, sobretudo nas suas formas mais "ri

Só pelo tema em si, vemos que o filme da realizadora francesa é bastante interessante, ao colocar questões de grande relevância nos dias de hoje: qual será o papel da família numa sociedade cada vez mais acelerada, em que não sobre tempo para a comunicação entre marido e mulher ou entre pais e filhos? Como sustentabilizar essa família enquanto instituição, se é cada vez mais frequente, que as profissões de cada um tendam a afastá-los geograficamente e a colocar distâncias físicas aonde já se tenderiam a cavar as temporais?
Estas questões, bastante complexas, não suscitam respostas fáceis. Sabemos que o ser humano é gregário por natureza. Que tem horror à solidão, ao silêncio!
Mas não está fácil encontrar a verdadeira quadratura do círculo, que seria conciliar as características sociais e profissionais dos dias de hoje com os requisitos afectivos, que todos comportam em si…