sábado, maio 17, 2008

MESQUINHEZ

Mesquinhez! Não há palavra que melhor defina mais uma campanha jornalística contra o primeiro-ministro a propósito do episódio do cigarro fumado no avião entre Lisboa e Caracas.
Em vez de enfatizarem o valor político e económico dos acordos estabelecidos com o governo de Hugo Chavez, que tanto beneficiará a comunidade portuguesa na Venezuela e os próprios portugueses, que verão crescer assim o valor anual das exportações, os jornalistas e os opinadores - sobretudo os da imprensa afecta a Belmiro de Azevedo e a Francisco Balsemão - não falaram de outra coisa. Enfatizando o pormenor em detrimento do essencial… Como ocorre nesta imprensa dos grandes barões da nossa economia dispostos a criarem as condições mais adequadas para terem mão-de-obra acéfala, iludida em futebóis e telenovelas, e enquanto tal mais disposta a deixar-se explorar até ao tutano.
Se tivesse que encontrar paralelo cenográfico para o panorama da nossa imprensa e audiovisual não imaginaria algo muito distinto do que a Cornucópia escolheu agora para a peça «Don Carlos, Infante de Espanha» passada no tempo da Inquisição Espanhola.
Há a mesma tentação em pôr todos os filhos da Nação a acreditarem nos mesmos valores e mitos, excomungando quem se atreva a advogar a diferença.
O que José Sócrates está a fazer, enquanto primeiro-ministro, é notável na sua determinação e no que são os seus objectivos de conduzir o país a um patamar de excelência. Para tão ambiciosa omeleta, dispõe de ovos pouco frescos, quiçá estragados nalguns casos (e a imprensa em causa é disso exemplo). Mas, pouco a pouco, contra ventos e marés vai fazendo-o.
Para despeito de quem, na mediocridade, só pode invejar os que têm reconhecidamente valor…

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