Ao vermos documentários históricos é fácil encontrar perspectivas muito extremadas sobre determinadas realidades por que passámos. A respeito do período salazarista-marcelista da História portuguesa, ora parece que quase toda a população era do contra, como o confirmaria a campanha eleitoral do General Humberto Delgado, ora aparentava aceitar passivamente a «ditabranda» que ela muitas vezes se aparentava.
No documentário de José Vieira, «Le Drôle de Mai» temos este contexto visto de uma França aonde eclodia a revolução nas ruas. E de onde muitos portugueses fugiriam por medo do clima de insurreição e de anarquia, que imperava à sua volta.
É evidente, que esses fugitivos da Revolução tinham razões para a sua cobarde retirada: gente simples do campo, temerosa a Deus e nada sabendo do mundo em que viviam, era facilmente tomada do medo pelo que não poderiam compreender. E daí fugirem para a toca apertada de onde tinham partido. Mas é, igualmente, importante considerar o encorajamento ao regresso a Portugal de todos esses emigrantes que, a ali presenciarem tais «modernices» e gostarem, poderiam ganhar a tentação de as querer divulgar por cá. E isso era o que mais afligia a ditadura. Por muito que os francos vindos de França fossem essenciais para continuar a pagar os custos da Guerra Colonial...
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