terça-feira, maio 05, 2020

(EdH) Uma sniper soviética


Em 8 de junho de 1841 a região de Odessa já estava, em grande parte, sob ocupação nazi, no trajeto para Estalinegrado de acordo com os objetivos da Operação Barbarossa. A cidade à beira do Mar Negro resistiu a um cerco de 73 dias explicando-se a sua resistência ao aprovisionamento de água potável a partir de uma Estação para cuja defesa contribuiu uma rapariga de baixa estatura - apenas 1,56m - que meteu na cabeça alistar-se na 25ª divisão de atiradores. Chamava-se Ludmila Pavlitchenko e, contrariando o ceticismo dos chefes militares, que temiam vê-la a desperdiçar as limitadas munições, depressa os conseguiu impressionar com a destreza e, sobretudo, paciência com que, aguardando horas a fio deitada na neve, esperava o melhor momento para visar os inimigos.
Apenas em dois meses despachou duzentos soldados e oficiais alemães e romenos, antes de a transferirem para Sebastopol, quando a cifra dos inimigos abatidos já ia em 369.
Não admira que o regime soviético a tenha promovido a cabeça de cartaz de uma embaixada de propaganda enviada aos Estados Unidos nesse outono para incentivar o renitente povo americano a alinhar na guerra contra os nazis. Nesse papel a jovem de apenas 21 anos constituiu um sucesso sem precedentes nas cidades por que passou.
Surpreende que, nesta época em que os diversos feminismos procuram rivalizar nos argumentos justificativos da igualdade entre sexos, estranha-se que o exemplo desta combatente antifascista seja praticamente desconhecido fora da sua Ucrânia natal ou da Rússia onde morreu em 1974.

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