sexta-feira, maio 01, 2020

(DIM) Resiliências


1. Apesar de ter navegado em quase todos os oceanos - faltou-me o Antártico! - nunca tive o privilégio de ir à Nova Zelândia. Por isso, quando tenho oportunidade de assistir a documentários dedicados a essas ilhas, sou cliente certo, mesmo tratando-se de revisão de matéria dada. Mormente de terem os descobridores europeus chegado primeiro à ilha a sul do que a situada mais a norte e de, ao estreito que as separa, darem o nome de Cook.
Em ambas deram com glaciares e fiordes, além de  densas florestas em que se albergam espécies nunca vistas entre as quais o kiwi, escolhido para emblematizar a identidade nacional.
Vulcões também os encontraram  num e noutro lado, mais de cinco de dezenas em atividade. Mas o Taranaki parece ser o que mais buliçoso se mostra. Lembrando que apesar das esplêndidas paisagens, existem por ali sítios pouco hospitaleiros, ainda assim não impeditivos de, neles, se fixarem as populações humanas.
2. Outro documentário, visto por estes dias, abordou a resiliência de animais e plantas em ambientes urbanos a que, nunca antes, haviam pertencido. Apesar da poluição sonora, luminosa e ambiental, conseguiram adaptar-se em poucos anos demonstrando como as ilações de Charles Darwin são tão verdadeiras em períodos temporais alongados como à escala de uma década. Daí que os peixes-gato introduzidos no rio Tarn, em Albi, tenham incluído na dieta alimentar os pobres pombos, abeirados da margem para se dessedentarem. Ou que os ratos de patas brancas do Central Park vissem os aparelhos digestivos alterarem-se para contemplarem a frequente ingestão de junk food. Ou ainda os dentes-de-leão, que passaram a libertar mais volumosos grãos para melhor sucedidos se verem no processo de polinização.

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