quarta-feira, novembro 09, 2016

(C) Bizarrias do Sistema Solar

1. Pode um vulcão ser feito de gelo em vez de magma arrefecido? A resposta é sim e, no caso do Sistema Solar, já há um exemplo singular, que a sonda Dawn detetou depois de estar a orbitar há um ano o nanoplaneta Ceres, um dos que se encontra na cintura de asteroides entre Marte e Júpiter.
Há 210 milhões de anos, quando ainda estava ativo, esse vulcão expulsava gelo da sua cratera em vez de lava. Agora crismado de Ahuna Mons tem 4 quilómetros de altura num planeta com apenas 950 quilómetros de diâmetro.
O gelo era expelido a –43ºC, aproveitando a possibilidade de existir ainda calor suficiente para tornar viscoso o gelo nele contido e a fragilidade da camada superficial bombardeada por outros asteroides muito mais pequenos.
Hoje não será possível assistir a tal fenómeno, porque a  fonte de energia de Céres no seu núcleo está completamente esgotada. O Ahuna Mons dorme o sono da eternidade.
2. Continuando no Sistema Solar, mesmo alargando um pouco mais a distância, chegamos ao planeta Io, um dos que servem de satélite de Júpiter, e cuja meteorologia surpreende quem o estuda. De facto, todas as 42 horas, ele passa para o lado escurecido do planeta gigante e a sua temperatura desce para –168ºC, que é suficiente para que o dióxido de enxofre condense no solo e o cubra com um fino tapete branco.

Quando regressa ao lado virado para o Sol o tapete de SO2 vaporiza-se, reconstituindo a frágil atmosfera do planeta.
3. Nem tudo são más notícias no que diz respeito ao planeta Terra: confirma-se a reconstituição da camada de ozono como resultado prático da proibição dos CFC.
Embora ainda subsista em dimensões menores, tudo aponta para uma recuperação total em 2050.
4. Seis mil listas de palavras em quase todas as línguas e dialetos falados no mundo levaram linguistas a concluir a correlação entre certos sons e o que representam.
Por exemplo nariz é «burun» em turco, «deguns» em letão ou «naak» em hindi. O que dá para concluir que o som [n] tende a associar-se a essa componente do nosso rosto.
Recorrendo à mesma lógica concluíram que a designação de diminutivos ou coisas pequenas implica a utilização do som [i]. E em tudo quanto tem a ver com o termo «mãe» ou maternidade entra em cena o som [m]. Neste último caso os cientistas explicam que ele é criado com a boca a mimetizar o comportamento da boca nos bebés lactantes.

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