terça-feira, novembro 22, 2016

(AV) Os desenhos tridimensionais de Monika Grzymala

Podem-se fazer esculturas aéreas com materiais tão leves como o são as fitas adesivas, as películas autocolantes ou o papel? A resposta é afirmativa, mas comporta uma dificuldade: têm de ser criadas nos locais onde irão ser expostas, porque impossíveis de transportar.
O seu trabalho criativo passa, pois, por instalar-se no local para que se vê convidada e aí apossar-se do espaço, refletindo na obra em construção, à medida que ela vai nascendo.
O resultado é de uma complexidade singular dentro da ligeireza e da efemeridade de tais peças, que ela designa como desenhos tridimensionais.
Mas nem sempre foi essa a sua opção criativa. De origem polaca, daí o apelido Grzymala, Monika começou por trabalhar a pedra depois de estudos nas escolas de belas artes de Karlsruhe, Kessel e Hamburgo.
O fascínio pela imaterialidade das suas criações sobrepôs-se à medida que se ia desinteressando do que lhe possibilitavam as pedreiras onde, com colegas de escola ou de ofício, se instalava provisoriamente.
Antes já vivera uma rutura com os caminhos para que se julgara talhada, porquanto antes de chegar às artes, ainda conjeturou enveredar pelos estudos de medicina.
Hoje já é uma das mais reconhecidas artistas do nosso tempo com instalações expostas em sítios tão diversos como o Moma de Nova Iorque ou os museus de arte contemporânea de Tóquio ou Reiquiavique.
Uma vez mais os artistas do nosso tempo vão-nos surpreendendo com a originalidade das suas propostas estéticas.


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