quarta-feira, julho 23, 2014

A traição à ética de Banksy

Não deixa de ser curioso o facto de, no mesmo momento em que Vhils ganha a consagração de uma retrospetiva no Museu da Eletricidade em Lisboa, Banksy - ainda que contrariado - vê-se integrado no Panteão de uma das instituições mais emblemáticas do mercado da arte: a leiloeira Sotheby’s.
O grande acontecimento artístico deste verão londrino é a exposição de algumas dezenas das suas obras, todas elas concebidas para serem comercializadas. Mas conhece-se a antipatia do artista urbano pelo valor especulativo a que as suas obras têm ascendido. E que têm levado muitos oportunistas a remover ou a danificar as paredes onde Banksy vai expondo as suas obras num afã sem escrúpulos onde sai desvirtuado o objetivo primordial por que elas foram concebidas.
No mundo da arte está-se, pois, a assimilar mais esta forma original de criatividade, mas pela pior das abordagens: desprezando a mensagem e a sua estética para a reduzir à condição de mercadoria transacionável. E não deixa de ser paradoxal que esta traição à ética do artista seja conseguida graças ao envolvimento de um dos seus principais colaboradores até há alguns anos atrás...


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